Foto: Reprodução |
Desde novembro de 2018 pichações em toda estrutura da Universidade Federal do Recôncavo (Cachoeira), no conjunto do Quarteirão Leite Alves vem causando polêmica entre os estudantes e moradores da cidade. De acordo com um grupo de estudantes as pichações deveriam ocupar espaços determinados previamente e em consenso com todos envolvidos na universidade. “Conversamos com o atual diretor e ele disse que é liberdade de expressão”.
De acordo com os estudantes o diretor revelou que se ele pintasse os estudantes iriam fazer de novo.
Entramos em contato com a UFRB e a direção do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) afirmou que o conjunto de “intervenções” visuais expressas nas paredes dos espaços internos juntamente com os diversos segmentos que compõem sua comunidade, sempre foi sensível às questões de gênero, de diversidade sexual e de raça, no combate ao sexismo, ao racismo, à LGBT fobia e à tantas outras formas de opressão, discriminação e preconceitos.
O fato é que as pichações estão em toda estrutura da universidade e já estão em diversos prédios públicos, residências e monumentos de Cachoeira. O antropólogo e professor Luiz Claudio Dias (Cacau Nascimento) concorda com o posicionamento da universidade, no entanto pede equilíbrio e sensatez por parte da coordenação e dos estudantes. “Eu concordo com o discurso da coordenação do CAHL, embora eu pense que deva sobressair o bom senso. Refiro-me ao conteúdo e ao excesso de pichações com único tema. Certamente deve existir em equilíbrio e sensatez por parte da coordenação e estudantes. Quanto às pichações em monumentos, penso que a questão é da alçada da polícia e da justiça, portanto a UFRB deve ser responsabilizada”, destacou o professor.
Confira nota da UFRB :
Neste sentido, a Direção do CAHL sempre deu apoio irrestrito às formas que constituem a pluralidade de sua comunidade. Nosso Centro, desde sua criação, vem se firmando como um lócus especial de fomento, reflexão e valorização da diferença e da diversidade. No entanto, é digna de nota a desaprovação desta mesma Direção sobre a ação empreendida nas paredes de nosso Centro.
É necessária a compreensão de que toda e qualquer ação que envolva intervenções ao patrimônio do CAHL seja pactuada com os representantes da comunidade acadêmica e da gestão. Devemos lembrar que, resultado das demandas da comunidade e dos esforços empreendidos por esta Direção junto à Reitoria, foram executadas, recentemente, ações de recuperação e reforma dos espaços de nosso Quarteirão Leite Alves.
Esta foi uma conquista de toda a comunidade acadêmica do CAHL, anunciada em seu Conselho Diretor e, por extensão, da comunidade do entorno que prima pela preservação patrimonial do Centro, tratando-se de espaço coletivo e de uso comum dos diversos segmentos que o compõem. Neste sentido, a Direção está tomando as providências administrativas cabíveis quanto ao ocorrido e reafirma o compromisso em fomentar e colaborar com ações que visem à valorização da sua comunidade.
Atenciosamente,
Direção do Centro de Artes, Humanidades e Letras.
Fonte: Recôncavo Online