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Uma designer de 50 anos, moradora de Salvador, publicou relato nas redes sociais denunciando o ex-companheiro, um engenheiro de mecânico de 50 anos, por agressão. A mulher diz que, no domingo (24), Carlos Renato Barreto Fernandes da Rosa invadiu o apartamento que ela mora, destruiu objetos no imóvel e a agrediu.
No relato publicado na internet, a designer disse que Carlos renato iria tocar fogo no corpo dela.
"Ele subiu em mim e me deu uma chave de braço para pegar o meu celular, que possuía todas as provas que ele vinha me agredindo.
Ele conseguiu e o jogou pela janela. Além disso, ele derramou Whisky em mim e veio com uma caixa de fósforo. Sim ele ia tacar fogo no meu corpo, porém durante o tempo inteiro eu gritei por socorro, e os vizinhos assustados nas janelas filmaram tudo, chamaram a polícia e as agressões só pararam quando um vizinho correu até o meu apartamento apenas para garantir que o meu ex-namorado não fizesse mais nada, e logo em seguida a polícia chegou", escreveu na rede social.
O G1 entrou em contato com o suspeito, que disse que não vai se pronunciar sobre o caso.
A agressão ocorreu em um apartamento do bairro da Pituba, e o caso está sendo investigado pela Polícia Civil. Silvia registrou o caso na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), no bairro de Brotas, e tanto ela quanto Renato foram ouvidos.
Renato não está preso e Silvia recebeu medida protetiva solicitada pela polícia e acatada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).
Diante da decisão, Renato não pode se aproximar de Silvia.
Por meio de nota, a Polícia Civil disse que a delegada responsável pelo caso expediu as guias de lesão e pericial e orientou que Silvia fosse ao Departamento de Polícia Técnica (DPT) para realizar os exames. Além de representar por medidas protetivas, a delegada orientou Silvia a formalizar uma queixa-crime e a encaminhou para o Centro de Referência Loreta Valadares.
Testemunhas foram intimadas e serão ouvidas.
Segundo Silvia, ela vivia em união estável com Carlos Renato desde maio de 2015. Conforme disse a designer, o casal havia se separado no sábado (23), pela 14ª vez, por vontade dele.
"Ele disse que não aguentava mais, só porque fiz uma pergunta, quis saber qual intimidade que ele tinha com uma mulher. Daí ele ficou nervoso, disse que não aguentava mais e queria ir embora, mesmo eu argumentando que não precisava daquilo.
Que era só ele responder. Ainda disse que, diante das crises de ciúmes que ele tinha comigo, uma pergunta não deveria ser tão ofensiva. Mesmo assim ele pegou as malas e disse que iria embora", contou Silvia.
Silvia disse que toda a confusão ocorreu um dia após o término, e que foram os vizinhos que a ajudaram. A designer Relatou que o ex-companheiro arrombou a porta do apartamento mesmo depois que tocou a campainha.
Dentro do imóvel, Carlos renato teria jogado contra a parede diversos objetos de decoração.
"Tentei me esconder em todos os cômodos do apartamento, mas ele conseguia forçar a entrada e, por um bom tempo, exaustivamente tentei me esquivar para não sair mais machucada", contou.
Silvia disse que após as agressões, o ex ainda a ameaçou dizendo que iria prejudicar o filho dela na carreira profissional. "Estou com dor no corpo inteiro e sem alma. Ele, não satisfeito, deixou mensagens ameaçadoras no celular do meu filho, dizendo que vai prejudicá-lo no emprego que ele acabou de conquistar, pois conhece pessoas que trabalha na empresa que o contratou", escreveu.
A designer disse também que a primeira agressão física que sofreu ocorreu no final de 2017, a segunda em outubro de 2018 e a terceira no último domingo (24).
"Eu nunca ia denunciá-lo, porque ele sempre estava alcoolizado quando ocorreram essas situações. Essa desculpa que eu dava a mim mesma. Na última terça-feira, a gente estava conversando e não lembro como surgiu o assunto, mas ele disse: 'Se um dia entrar com uma ação contra mim, não vai adiantar nada porque eu tenho dinheiro, algo que você não tem'. Daí eu disse: 'Você está me ofendendo, sendo inconveniente, me deixando nervosa'.
Foi evidente que ele estava alcoolizado, mas depois ele me pediu desculpas", contou.
Silvia ainda disse que Renato sempre foi rude com ela, mas que ela achava que jamais seria agredida fisicamente. "O que ele fez domingo eu achei que não era capaz de fazer. Ele sempre foi agressivo. Ele dizia: 'Se eu for grosso com você, você tem que aceitar. Você faz o que eu mando. Fica quietinha, não abre a boca'. Eu nunca era boa suficiente para ele. Ao mesmo tempo, ele tinha momentos de afeto e carinho", disse.
Silvia conta que conhece Renato desde os 16 anos. Eles namoraram na adolescência, mas depois terminaram e seguiram rumos diferentes. Ela é de Brasília e ele do Rio de Janeiro.
Conforme relata Silvia, Renato foi casado por cerca de 20 anos e tem dois filhos. Ao terminar o casamento, ele reencontrou Silvia e os dois resolveram namorar. Juntos, o casal não tem filhos. Assim como Roberto, Silvia tem dois filhos de outro casamento.
O casal morava em Brasília, mas decidiu ir para Fortaleza e há cerca de um ano estava morando em Salvador, por conta de uma proposta de trabalho que Renato recebeu.
Fonte: G1