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O vice-presidente Hamilton Mourão voltou a irritar parte do eleitorado ao declarar que o aborto deve ser uma “decisão da pessoa”. Em entrevista ao jonal O Globo o general defendeu a prática para “mulheres que foram estupradas ou que não têm condições de criar um filho”, dando a entender que é favorável á legalização.
Mourão, no entanto, ressaltou que estava dando uma opinião pessoal e não falando pelo governo comandado pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Minha opinião como cidadão, não como membro do governo, é de que se trata de uma decisão da pessoa”, afirmou.
“A questão do aborto também é algo que tem que ser bem discutido, porque você tem aquele aborto onde a pessoa foi estuprada, ou a pessoa não tem condições de manter aquele filho. Então talvez aí a mulher teria que ter a liberdade de chegar e dizer ‘preciso fazer um aborto'”, declarou o general.
Ao ser questionado se as possibilidades aborto poderiam ser ampliadas, o vice-presidente respondeu: “Pessoalmente, eu acho que poderia.”
Na mesma entrevista, ele afirmou que “o governo tem que tratar as questões de gênero de forma objetiva. É uma questão de saúde pública. Doenças sexualmente transmissíveis são uma questão de saúde pública.”
A declaração vai de encontro às opiniões do presidente Jair Bolsonaro , que já declarou que, no que dependesse dele, o aborto não seria legalizado. Em uma entrevista ao jornal F olha de São Paulo em 2018, Bolsonaro mostrou opinião parecida com a de Mourão ao dizer que “homens não deveriam interferir na decisão da mulher em abortar ou não”.
No entanto, afirmou que não votaria pela legalização como parlamentar e vetaria a lei caso fosse eleito presidente.
A frase de vice-presidente não caiu bem na ala mais conservadora do eleitorado da chapa formada pelo general e por Bolsanaro. Nas redes sociais, muitos atacaram o posição de Mourão.
Na última sexta-feira (25) o vice-presidente também surpreendeu ao dizer que ameaçar parlamentares é cometer “um crime contra a democracia”. A declaração fez referência à decisão do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), que vai desistir da vida pública e deixar o Brasil após sofrer ameaças.
“Quem ameaça parlamentar está cometendo um crime contra a democracia. Uma das coisas mais importantes é você ter sua opinião e ter liberdade para expressar sua opinião”, disse Mourão, em relação ao caso de Jean Wyllys .
Mourão afirmou, ainda, que os deputados representam cidadãos e devem ser respeitados. Para ele, as ideias defendidas por esses políticos devem ser ouvidas. “Os parlamentares estão ali, eleitos pelo voto, representam cidadãos que votaram neles.
Quer você goste, quer você não gosta das ideias do cara, você ouve. Se gostou bate palma, se não gostou, paciência”, completou.
A declaração d general já havia irritado parte do eleitorado da chapa, uma vez que Wyllys é visto como “inimigo” de Bolsonaro. Na internet, muitos partidários do atual presidente chegaram a afirmar que o psolista era um dos responsáveis pelo atentado que Bolsonaro sofreu em Juiz de Fora (MG).
Também na semana passada, Mourão se posicionou sobre o pedido e Lula para deixar a cadeia e comparecer ao velório do irmão, que acontecia em São Bernardo do Campo. O vice-presidente defendeu o direito do petista de ir à cerimônia, dizendo que se tratava de uma “questão humanitária”.
Fonte: Blog do Valente