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Uma veterinária de 32 anos procurou a Polícia Civil de São Paulo para registrar uma queixa pouco comum. Loira e de pele branca, Ana Luiza Ferraz denunciou ter sido vítima de discriminação racial por uma das suas empregadas. De acordo com a Folha, um inquérito foi instaurado na 23º DP (Perdizes), para apurar o possível crime de injúria racial.
A veterinária relata que as supostas ofensas racistas foram feitas em abril. A funcionária e a patroa se desentenderam.
Depois a empregada doméstica enviou, por engano, uma mensagem de áudio ao marido da patroa, na qual se referia a ela como “encardida do sul” e “cachorra do sul”.
A referência ao sul se dá em razão do estado de origem de Ana Luiza, o Paraná.
A funcionária é uma mulher de 55 anos, também branca, e moradora de Taboão da Serra, município da Grande São Paulo.
A reportagem não conseguiu contato com ela.
A queixa foi levada à polícia em abril pela advogada da veterinária, Roselle Soglio, que disse ter percebido um componente racial nas ofensas.
O parágrafo 3º do artigo 140 do Código Penal qualifica uma declaração como injúria racial se “consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena prevista é reclusão de um a três anos, além de multa.