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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, neste sábado (22), que "há pedidos" de políticos pela indicação de ministros.
"Não pretendo mudar ministros, você sabe que há pedidos, é natural. O ministério que mais pedem é o da Minas e Energia, não sei por quê. Ninguém pede o da Damares [Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos].
É natural acontecer isso aí, a gente conversa, se expõe e se explica e grande parte deles [líderes políticos] entende a situação que nos encontramos", disse Bolsonaro, pouco depois de deixar o departamento médico do Palácio do Planalto, onde fez exames de rotina.
Bolsonaro alegou que o Brasil não pode voltar a ter "ministros de partido."
"Vamos supor que eu dê o ministério X para tal partido. Daí o PV me pede o Meio Ambiente e bota o Zequinha [o ex-ministro Sarney Filho] lá. Como fica o agronegócio? Todos pedem com essa política de querer botar o meu homem ou mulher nesse ministério. Todos pedem, sem exceção", declarou.
O mandatário argumentou ainda que "pela primeira vez" há no país um presidente "horando o que prometeu na campanha". "O que eu mais ouço falar, o pessoal mais tranquilo, parlamentar antigo, é que hoje ele tem acesso a todos os ministérios", disse Bolsonaro. "Antigamente ele tinha acesso ao ministério do partido dele. Isso que mudou", acrescentou.
Bolsonaro voltou a falar sobre a articulação política do seu governo. Por meio de medida provisória publicada na quarta-feira (19), o presidente transferiu a articulação política de Onyx Lorenzoni (ministro da Casa Civil) para o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo).
Lembrando que Onyx é seu aliado de longa data, Bolsonaro disse que o chefe da Casa Civil "é um bom articulador". Mas emendou: "A situação é difícil dele, é o fusível que tem a menor resistência, queima mais rapidamente, segundo dizem por aí."
Nesta sexta-feira (21), o presidente usou uma analogia semelhante para se referir aos ministros que despacham no Palácio do Planalto.
"Bem, todo mundo diz, e é verdade: tem três ministérios aqui dentro [do Planalto], Secretaria do Governo, Secretaria-Geral e Casa Civil, que são fusíveis.
Para evitar queimar o presidente, eles se queimam", afirmou o mandatário, na sexta-feira.
Bolsonaro também comentou, neste sábado, a demissão do general Carlos Alberto dos Santos Cruz da Secretaria de Governo, que ocorreu na quinta-feira (13).
O presidente disse que não tem "nada pessoal" contra Santos Cruz, mas alegou que seu ex-auxiliar tinha "uma difícil articulação conversando com parlamentares."
Citando que o substituto de Santos Cruz, general Ramos, já foi assessor parlamentar do Exército, Bolsonaro disse que seu novo ministro "tem bom trânsito com parlamentares". "É uma pessoa de comportamento alegre em relação ao anterior. Então isso vai ajudar a quebrar barreiras com toda certeza", concluiu o presidente.
Fonte: Bahia Notícias