Foto: Reprodução |
O padre Fábio de Melo se viu envolvido em uma polêmica no Twitter e anunciou seu afastamento da rede social nesta sexta-feira, 9, após ter feito críticas à saidinha de Alexandre Nardoni. Alexandre foi condenado pela morte de sua filha, Isabella Nardoni, 5, em 2008.
"Não entendo de leis, mas a 'saidinha' deveria ser permitida somente no dia de finados - para que visitassem os túmulos dos que eles mataram", escreveu Fábio de Melo ao comentar uma notícia sobre a saidinha de Alexandre Nardoni.
O comentário dividiu opiniões. Enquanto parte dos seguidores apoiou a revolta do padre com a notícia, outros tantos criticaram o sacerdote. "Com uma opinião m*** dessas, nem precisava ter começado com 'não entendo de leis', ficou redundante'", escreveu um seguidor.
Outro criticou: "Não entendo muito de igreja, mas acho que padre deveria parar de falar m*** no Twitter".
Ainda na quinta-feira, após parte da repercussão, o religioso postou a seguinte mensagem: "Amar é desproteger-se para proteger alguém". A maior parte das respostas de seus seguidores foi em tom positivo. Porém, um seguidor chegou a falar novamente sobre a postagem envolvendo o caso Nardoni: "Sabe o que protege as pessoas? Seguir a lei de execuções penais".
'Este lugar deixou de ser saudável para mim'
Nesta sexta-feira, 9, o padre Fábio de Melo anunciou que pretende se afastar do Twitter: "Meus queridos, vou ficando por aqui. Tenho uma saúde emocional a ser cuidada. Sei o quanto já provei a solidão provocada pela depressão, pelo pânico. Tomar remédios só faz sentido quando evitamos os gatilhos dos desconfortos. Este lugar deixou de ser saudável para mim".
"O Twitter sempre foi um lugar de encontro. A Ágora dos nossos tempos. O ponto de reuniões improváveis. Falei e fiquei amigo de quem não passaria na porta da minha igreja. Foi bom", prosseguiu.
Fábio de Melo fez questão de ressaltar que sua saída da rede social está ligada à repercussão de seu comentário sobre Alexandre Nardoni da prisão: "Desde ontem, quanto expressei minha indignação sobre a 'saidinha', estou sendo acusado de justiceiro, desonesto, desinformado, canalha e outros nomes impublicáveis.
Só reitero: já atuei na pastoral carcerária. Sei sobre a necessidade de ressocialização dos presos".
"Eu apenas salientei sobre a Justiça não ser capaz de preservar, para os que sofrem suas perdas, o simbolismo das datas, libertando os responsáveis pelas mortes de seus entes queridos. Só isso", concluiu.
Fonte: A Tarde