Imagem: Reprodução | IGHB |
Em 4 de outubro de 1819 aconteceu entre Salvador e Cachoeira a viagem inaugural da primeira embarcação movida a vapor, no Brasil. O “Vapor de Cachoeira”, como passou à História e foi eternizado na cultura popular, fez naquele dia em 8 horas e 20 minutos, pelo Rio Paraguaçu, um trajeto que, a depender da maré e da ocorrência de ventos, costumava durar até cinco dias.
Para marcar o bicentenário desse evento, que causou significativos impactos na economia e na vida do Brasil Colônia, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) promove no próximo dia 3 de outubro, às 17 horas, em sua sede, duas palestras, seguidas de debate. A primeira será do arquiteto e historiador Francisco Senna e a segunda do jornalista e pesquisador cachoeirano Jorge Ramos. O início da circulação do “Vapor de Cachoeira” foi uma revolução tecnológica para a época, com impactos no transporte, nas comunicações e com importantes reflexos na economia.
Através do Rio Paraguaçu circulavam a produção de cana-de-açúcar – e seus subprodutos como o açúcar, a cachaça e a rapadura – e do fumo, duas das principais riquezas agrícolas geradas no Recôncavo Baiano, que eram, através de Salvador, exportadas principalmente para a Europa e a África. Com viagens mais curtas entre os centros produtor e exportador, a produção escoava com mais facilidade aumentando os lucros e a receita.
DECRETO REAL
O” Vapor de Cachoeira” foi um empreendimento liderado pelo Coronel Felisberto Caldeira Brant Pontes – que mais tarde viria a ser agraciado com o título de Marquês de Barbacena – e mais dois sócios, o rico comendador Pedro Rodrigues Bandeira e o Capitão-Mor da Vila de Jaguaripe, Manoel Bento Guimarães. Primeiro eles obtiveram do Rei Dom João VI a autorização real, obtida através de um decreto, emitido no ano anterior, que lhes assegurou também o monopólio durante 14 anos para explorar a navegação a vapor na Bahia.
Em seguida, eles adquiriram na Inglaterra uma máquina a vapor e a adaptaram a uma embarcação no estaleiro da Preguiça, em Salvador. Um técnico veio da Inglaterra para montar a máquina e fazê-la funcionar, o que aconteceu há exatos 200 anos, mudando para sempre o transporte marítimo e fluvial no Brasil. O IGHB é uma das instituições apoiadas pelo programa Ações Continuadas a Instituições Culturais, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA) através do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Funciona de segunda a sexta, das 13h às 18h.
SERVIÇO
Evento: 200 ANOS DO VAPOR DE CACHOEIRA
Palestrantes: : Francisco Senna (Arquiteto e Historiador) e Jorge Ramos (Jornalista e Pesquisador)
Data: 3 de Outubro, às 17h
Local: Sede do IGHB (entrada pelo Portão, na Piedade)
Entrada gratuita