Foto: Arisson Marinho |
A sala de espera do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IMLNR) mal cabia tanto sofrimento. Eram mães, pais, irmãos, esposas, filhos, avós, todos compartilhando da mesma dor.
Das 0h até 23h59 desta quinta-feira (10), foram registrados 16 homicídios em Salvador e Região Metropolitana. O número, que inclui a morte da namorada de um PM na Federação, é cinco vezes maior que a média das quintas-feiras do mês de setembro, que foi de três homicídios.
O aumento foi registrado no segundo dia de greve de um grupo de policiais militares da Bahia.
Desde o dia 8 deste mês, quando o grupo resolveu parar suas atividades por tempo indeterminado, Salvador e RMS vêm registrando sucessivos casos de arrombamentos de estabelecimentos comerciais, disparos de arma de fogo contra agências bancárias, toque de recolher, saques e ônibus atravessados em vias. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Polícia Civil, com apoio da Corregedoria da PM, investiga se há relação das ações criminosas com o grupo que convocou a greve.
Já a Polícia Militar, por sua vez, pediu para contactar a SSP. Para o Ministério Público, não há greve da PM e as ações criminosas que têm acontecido podem ser enquadradas na Lei de Segurança Nacional.
“Essas condutas que estão sendo praticadas, no âmbito criminal principalmente, estão sendo monitoradas de perto pelas equipes do Ministério Público. As ações civis e criminais já estão sendo gestadas.
Estamos analisando a possibilidade de enquadramento na Lei de Segurança Nacional de alguns desses atos”, afirmou o procurador de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública, Geder Gomes.