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No último fim de semana, os casos de racismo sofridos pelos brasileiros Taison e Dentinho na Ucrânia (veja aqui), e por um segurança no Mineirão enquanto trabalhava durante o clássico entre Cruzeiro e Atlético-MG, reacenderam o debate sobre o preconceito racial no futebol.
Os episódios mostram que o esporte mais praticado no país é o reflexo da sociedade, e que muito ainda precisa ser feito para que casos como esses deixem de acontecer.
Atualmente, apesar de racismo ser um crime previsto em lei, não há nenhuma sanção aplicada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ou por outras federações que organizam as competições nacionais para evitar a recorrência desses atos.
Campeão brasileiro pelo Bahia em 1988, João Marcelo defende que as punições precisam ser mais severas aos agressores e até aos clubes.
“A primeira coisa é prender a pessoa. Identificou a pessoa que cometeu, ou quando é uma torcida, acho que deve haver uma pena bem grave, como por exemplo o time cair de divisão. Se não houver uma punição grave, vai continuar acontecendo. A gente vem comentando isso há um bom tempo, mas nada mudou. Continua acontecendo.
Virou rotina", lamentou. O ex-jogador, que teve grandes passagens pela dupla Ba-Vi, lembrou que ele mesmo foi vítima desse crime fora dos campos. "Daqui a pouco vão achar que é normal, e não é. Isso causa um dano, pois eu sofri isso dentro do Shopping Barra e até hoje não superei. Toda vez que entro no Barra é impossível não lembrar do que aconteceu. Então, acho que as punições devem acontecer com mais eficiência. Meu caso tem um ano e até hoje não foi resolvido. Vão acontecendo essas impunidades e vão deixando para lá".
Fonte: Bahia Notícias