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O pastor John MacArthur está no centro de um debate sobre o ministério pastoral feminino. Em defesa do que a Bíblia afirma a respeito da função sacerdotal, o respeitado líder evangélico usou palavras fortes para descrever a consagração de mulheres como pastoras: “Desgraça”.
MacArthur é conhecido por usar palavras fortes ao expor seus argumentos construídos a partir do que a Bíblia Sagrada diz. Recentemente, afirmou que o “cristianismo que não ofende não é bíblico”.
A frase, no entanto, buscava enfatizar que a mensagem do Evangelho confronta o homem com seu pecado.
No mês passado, ele se posicionou contra a presença de mulheres pregadoras em uma conferência realizada por sua igreja. Agora, o pastor da Grace Community Church, na Califórnia (EUA), voltou a defender sua postura sobre a ordenação feminina.
De acordo com informações do portal Christian Today, MacArthur foi questionado durante um painel de discussão para dar sua opinião sobre a popular autora e palestrante Beth Moore, e ele disse que ela deveria “ir para casa”.
“Vá para casa! Não há nenhum caso que possa ser feito biblicamente para uma mulher pregadora. Ponto final. Parágrafo. Fim da discussão”, disse ele.
“Só porque você tem a habilidade de vender joias no canal de vendas de TV não significa que você deveria estar pregando. Há pessoas que têm certas habilidades de venda, habilidades naturais para vender, elas têm energia e personalidade e tudo mais. Isso não a qualifica a pregar”, acrescentou.
Preocupado com a influência da cultura secular sobre o segmento evangélico, MacArthur frisou que há ação do feminismo – no caso dos Estados Unidos, representado pelo movimento #MeToo – contra a Igreja: “É o campo de recuperação da cultura [popular] na Igreja.
Quando os líderes do evangelicalismo passam por mulheres pregadoras, as feministas realmente venceram a batalha”.
A postura enfática contra a nomeação de mulheres ao ministério pastoral não é exclusividade de John MacArthur. No Brasil, por exemplo, o saudoso pastor Antonio Gilberto, tido no meio pentecostal como uma das referências teológicas das Assembleias de Deus, se posicionou de maneira clara sobre o assunto, dizendo que “a Igreja vai prestar conta” a Deus por contrariar a Bíblia.
No entanto, alguns líderes evangélicos de maior apelo midiático foram contrários ao tom adotado por John MacArthur. Um deles foi o escritor Max Lucado, que se disse “entristecido” com a postura do pastor. “Sério? Ousamos ser desdenhosos? A mensagem de #MeToo é sóbria”, escreveu Lucado em seu site.
“Não é um apelo por poder ou posição, é um pedido a ser levado a sério; para todos nós reconhecermos seu chamado único. Respeito e cortesia comum devem ser o dialeto da igreja. No entanto, nosso coro soprano continua a criticar sua ausência”, acrescentou.
O pastor Shane Idleman disse que a explosão de MacArthur refletia “uma verdadeira falta de humildade, falta de quebrantamento, falta de amor e compaixão”.
Mesmo com toda a polêmica, John MacArthur não mostra sinais de recuar em sua postura. Ele disse à sua congregação em um sermão na semana passada que “empoderar mulheres torna os homens fracos” e que “homens fracos tornam todos vulneráveis ao perigo”.
“Hoje, quero abordar uma questão muito importante que foi despertada na internet comigo meio que no meio”, introduziu. “Não gosto de dar respostas curtas. Não gosto de me colocar em posição de fazer isso, porque sinto que isso apenas aumenta a confusão, então quero aproveitar a oportunidade para abordar a questão das mulheres pregadoras nesta manhã. e para lhe dar uma resposta mais completa da Palavra de Deus sobre este assunto muito, muito importante”.
Durante a pregação, o pastor pontuou que “não há falta de clareza” na Bíblia quando se trata do papel das mulheres na igreja, citando I Coríntios 14:35, em que Paulo diz que “é impróprio que as mulheres falem em reuniões da igreja”.
Em seguida, MacArthur explicou suas próprias opiniões sobre o assunto: “As mulheres devem manter a submissão aos homens em todas as igrejas em todos os tempos. […] Pastoras e pregadoras são a evidência mais óbvia de igrejas se rebelando contra a Bíblia”.
“As mulheres que pastoreiam e as que pregam na igreja são uma desgraça e refletem abertamente a oposição ao claro mandamento da Palavra de Deus. Isso é flagrante desobediência”, reiterou, antes de citar I Coríntios 14:34, que diz: “As mulheres devem permanecer caladas nas igrejas”.
John MacArthur, demonstrando preocupação zero com a repercussão de sua fala, disse que as mulheres cristãs “precisam se controlar e perceber que não devem falar em uma igreja”.
“Quando todos os homens forem massacrados, vocês [mulheres] podem sentar-se lá com todas as suas joias e tralhas.
Você foi conquistada porque venceu seus protetores”, disse ele. “Não entenda mal: é nisso que estamos vivendo hoje. Capacitar mulheres torna homens fracos. Homens fracos tornam todos vulneráveis ao perigo”.
A firme convicção do pastor, expressa de maneira contundente e até agressiva, o levou a definir que a presença de mulheres no comando de uma igreja é sinônimo de fracasso: “Deixe-me dizer uma coisa, se as crianças estiverem no comando, estamos com problemas.
Se as mulheres estiverem no comando, estamos com problemas. E se você olhar com atenção para a nossa nação, terá que concordar que são mulheres infantis, jovens, inexperientes e ignorantes que estão subindo ao poder”.
“Quando você derruba a ordem divina, os resultados são sempre desastrosos. E, novamente, não são anti-mulheres mais do que anti-filhos. Mas é um julgamento divino sobre uma nação em que seus jovens e suas mulheres estão no poder”, finalizou.
Fonte: Voz da Bahia