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O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (10) o espaço dado pela opinião pública à ativista sueca Greta Thunberg, 16, que tem ganhado destaque mundial na luta pela mitigação das mudanças climáticas.
Na entrada do Palácio do Alvorada, onde parou para cumprimentar um grupo de eleitores, ele chamou a jovem ambientalista de "pirralha" ao ser questionado sobre o assassinato de dois indígenas da etnia guajajara no sábado (7), no Maranhão.
Após a crítica de Bolsonaro, a palavra "pirralha" foi inserida na descrição do perfil oficial de Greta nas redes sociais. Em agosto, a conta da ativista também foi alterada em uma resposta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na época, ele ironizou a jovem e afirmou que ela parecida ser uma garota "muito feliz", referindo-se ao semblante sério dela. Após a declaração, a qualificação "muito feliz" foi incluída pela sueca em sua descrição.
A garota disse que as populações indígenas têm sido mortas no Brasil por proteger a floresta amazônica.
Desde 2013, os guajajaras atuam para a repressão a crimes ambientais, em um grupo chamado "Guardiões da Floresta".
"Qual o nome daquela menina lá? De fora, lá? Greta. A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazônia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí. Pirralha", disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que "qualquer morte preocupa" no país e que o governo federal quer fazer cumprir a lei e reduzir o desmatamento ilegal no país. Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o Brasil bateu o recorde do desmatamento na Amazônia desta década.
"Preocupa, qualquer morte preocupa. Nós queremos cumprir a lei, somos contra o desmatamento ilegal, somos contra a queimada ilegal. Tudo que for contra a lei nós somos contra", disse.
Na segunda-feira (9), o ministro da Justiça, Sergio Moro, anunciou portaria que autorizou o envio da Força Nacional para a segurança de índios no Maranhão. A medida, no entanto, excluiu a terra indígena que apresenta o maior número de invasões, roubos de madeira e caça ilegal.
A iniciativa deixa de fora a Terra Indígena Arariboia, com 413 mil hectares e 12 mil índios, que vive um clima de tensão e ameaças veladas desde o dia 1º de novembro, quando Paulo Paulino Guajajara foi morto com um tiro por um invasor.
O governo do Maranhão teve de tirar às pressas de Arariboia três "guardiões" ameaçados. Desde então, os principais líderes indígenas da região cobram apoio do governo federal para garantir mais segurança.
Fonte: Bahia Notícias