Foto: Reprodução / TV Bahia |
Professora de História do Brasil na UFRB, Isabel Reis revelou ao portal G1 que não foi a primeira vez que Danilo de Araújo Góis incorreu em racismo nas dependências da universidade. Segundo ela, em outra oportunidade, o aluno disse que negros eram preguiçosos e fediam.
"Durante uma das aulas, ele falou que negros não eram empreendedores, eram preguiçosos e que, por isso, foi necessário o uso da mão de obra imigrante. Como vou deixar um aluno sair da sala trazendo esse tipo de pensamento raso? Baseado em que ele está falando isso? Ele precisava ler, fazer uma reflexão do que falava. Então fizemos um trabalho, com os primeiros passos da república, com livro para leitura. Porque eu não sabia onde ele estava lendo as coisas que dizia. Após o trabalho, ele disse que o Rio de Janeiro fedia e que os negros fediam", contou.
Isabel revelou ainda que os estudantes já haviam contado que Danilo se recusava a encostar em homossexuais ou pessoas negras, bem como pegar qualquer coisa na mão de pessoas negras, mas que isso nunca havia ocorrido com ela.
"O racismo é uma coisa que é socialmente construída. As pessoas não nascem racistas, elas são construídas. Convivemos cotidianamente com racistas não declarados. A gente vai chamando atenção para as coisas pelo comportamento. Não que eu nunca tenha sofrido racismo, mas com essa destilação de ódio, não", avaliou a professora.
Na última terça-feira (10), um estudante tentou invadir o quarto de Danilo com um pedaço de madeira na mão, dizendo “venha, que você vai ver com quantos paus se mata um racista”, em represália às atitudes racistas do colega (veja aqui). O fato foi comentado por Isabel, que disse não apoiar o ato. “O racista e homofóbico é ele [Danilo]. Nós somos vítimas e não vamos virar réus”, declarou.
Relembre o caso
O fato aconteceu na última segunda-feira (09) e viralizou na internet por vídeos gravados por alunos da disciplina (veja aqui). As imagens mostram a professora entregando uma avaliação a Danilo e ele se recusando a pegar no papel. Após manifestações dos colegas, a coordenadora foi chamada à sala e convidou o aluno a se retirar.
Nesta quarta-feira (11), a Universidade Federal do Recôncavo Baiano se posicionou sobre o caso, repudiando a conduta do aluno e declarando que o respeito às diferenças é fundamental à formação dos alunos, se solidarizando com a professora Isabel e com os estudantes ofendidos
Fonte: BN
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