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Metade dos professores e estudantes da rede estadual de São Paulo, aproximadamente, souberam de algum caso de agressão física no último ano na escola que frequentam: o percentual é de 49% entre alunos e 53% entre docentes.
É o que mostra o levantamento "Qualidade da educação e violência", realizado pelo Instituto Locomotiva e o Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), divulgado nesta quarta (18).
Foram ouvidos 1.000 estudantes com 14 anos ou mais e 701 professores da rede estadual de São Paulo, em 14 municípios, entre 5 de setembro e 1° de outubro de 2019.
A percepção sobre violência por professores e estudantes nas instituições do estado cresceu de 2014 para 2019: foi de 77% para 81% entre alunos e de 84% para 90% entre docentes.
Bullying, agressão verbal, agressão física e vandalismo foram os casos de violência mais citados pelos entrevistados.
O mais citado pelos estudantes foi bullying (62%) e pelos docentes, agressão verbal (83%).
O número de pessoas que afirmou ter sido vítima de violência também cresceu em comparação com 2014 no estado. Foi de 28% para 48% entre alunos e de 44% para 54% entre professores.
Um dos casos mais marcantes deste ano ocorreu em maio em uma escola estadual em Carapicuíba, na Grande São Paulo.
Uma professora de português foi atacada por oito alunos, que arremessaram carteiras, cadeiras, livros e cadernos contra a docente. Os jovens foram apreendidos pela polícia.
Foi neste ano também que oito pessoas morreram e 11 ficaram feridas após o ataque na escola Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo.
Para esses dois grupos de entrevistados para a pesquisa, o governo do estado deveria dar mais condições de segurança às escolas (98% dos estudantes e 99% dos docentes).
A percepção é de que campanhas de prevenção à violência foram reduzidas: 57% dos jovens afirmaram que a escola faz ou já fez algum tipo de trabalho ou campanha contra a violência escolar, ante 78% dois anos atrás.
O Brasil lidera um ranking de violência nas escolas elaborado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) que inclui 34 países. O levantamento considerou dados de 2013, quando 12,5% dos professores brasileiros ouvidos relataram ter sido vítimas de agressões verbais ou de intimidação de alunos ao menos uma vez por semana.
Fontes: Bahia Notícias