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Trombose é uma doença perigosa e pode até matar. Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (SESAB) entre janeiro a novembro deste ano , 171 pessoas foram vítimas fatais da doença.
Mas o que é a trombose? A doença ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas.
Esse coágulo bloqueia o fluxo de sangue e causa inchaço e dor na região. O problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia. Uma embolia pode ficar presa no cérebro, nos pulmões, no coração ou em outra área, levando a lesões graves.
A trombose ocorre, geralmente, após cirurgia, corte ou falta de movimento por muito tempo, sendo mais frequente após procedimentos cirúrgicos ortopédicos, oncológicos e ginecológicos.
Apesar de ser um problema que geralmente afeta mais mulheres, homens também podem ter trombose. Em números, quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.
De acordo com a angiologista Lúcia Maria Couto Dias , “ Na trombose venosa profunda, os sintomas podem ser absolutamente assintomáticos.
Quando presentes, os principais sintomas são nessa forma da doença são dor; calor; vermelhidão; rigidez da musculatura na região em que se formou o trombo e inchaço do membro atingido.”
Às vezes coágulos podem se soltar, viajando pelo sangue até ‘encalhar’ no pulmão, o que é chamado de embolia pulmonar. Essa condição, que provoca uma súbita falta de ar, pode ser bastante grave e exige atendimento imediato. Sinais claros podem indicar o desenvolvimento de coágulos sanguíneos (trombose) “nesse acaso agudo o paciente pode sentir uma dor diferente da dor da cirurgia, vermelhidão ao longo da perna (que aparece de repente ou inchaço que está piorando), Inchaço na perna (que apareceu de repente ou inchaço que está piorando), aumento da temperatura (calor) da perna que está doendo, respiração curta e rápida e palpitações, podendo acontecer algum desmaio, tosse com sangue dor no peito ou nas costas ” destaca Lúcia.
De acordo com a ISTH , a trombose aguda, na maioria das vezes, é solucionada naturalmente. O próprio corpo utiliza de mecanismos para dissolver os coágulos que provocam o entupimento das veias, sem deixar sequelas e sem evoluir para quadros mais graves.
Já a trombose crônica ocorre quando, durante o processo de dissolução do coágulo natural, ficam sequelas no interior das veias, destruindo a estrutura das válvulas. Por conta dessas alterações nas válvulas, o retorno do sangue fica prejudicado e leva ao aparecimento de inchaço, varizes, escurecimento e endurecimento da pele, além de feridas e outras complicações.
A trombose possui várias causas e fatores de risco.
A maior parte delas são evitáveis, então é sempre bom procurar um médico de preferência angiologista “ ter um estilo de vida saudável é o ideal, evitar o alcoolismo, tabagismo. O uso de anticoncepcionais ou tratamento hormonal, podem provocar a doença também. Ficar sentado ou deitado muito tempo, a hereditariedade, gravidez, presença de varizes; idade avançada; pacientes com insuficiência cardíaca; tumores malignos; obesidade; distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos; história prévia de trombose venosa”, destaca Lúcia.
O diagnóstico da trombose começa por um exame clínico, com base nos sintomas que cada paciente apresentar. Para confirmar, podem ser solicitados alguns exames, como, por exemplo: Ultrassonografia, Exame de sangue, Venografia , Eco Color Doppler , Ultrassom Vascular, Tomografia e ressonância magnética.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento da trombose deve começar imediatamente. Durante o tratamento, existem medicamentos e outras formas de complementar o tratamento, conforme indicação médica de acordo com cada caso.
Entre as opções estão “os antigoagulante orais, mais modernos, mas existe ainda a medicação injetável com eparina, que é muito conhecida”, salienta Lúcia.
A trombose, dependendo do caso e se não for tratada correta e imediatamente, pode evoluir para algumas complicações. Dependendo do segmento de veia acometido, a trombose pode ser mais ou menos grave. Quando o coágulo obstrui uma pequena veia da perna, causa um transtorno localizado naquela região. Quanto mais próximo do coração, ou maior a veia, maior será a gravidade da trombose, assim como a possibilidade de matar.
As principais complicações da trombose são “ Insuficiência venosa crônica ou síndrome pós-trombótica, ,Inchaço crônico da perna afetada e/ou dor acompanhado de varizes, Mudanças na pele, que pode se tornar mais escura e seca. Eczema, coceira muito forte que pode levar a uma ferida de difícil cicatrização,Embolia ,pulmonar (EP). Essa última apresenta alto índice de mortalidade, Embolia pulmonar e trombose, A maior e principal complicação decorrente de trombose é a embolia pulmonar – quando um vaso sanguíneo do pulmão é obstruído por coágulo de sangue, oriundo de outras partes do corpo, especialmente. as pernas. A embolia pulmonar pode ser fatal.
A especialista Lúcia Couto Dias ainda destaca “ além do acompanhamento médico, qualquer pessoa pode tomar medidas de prevenção. Muitas delas podem ser incorporadas no cotidiano. Algumas das dicas são exercitar-se ou fazer pequenas caminhadas regularmente; controlar o peso; evitar o cigarro; movimentar as pernas durante longos períodos sentada; usar meias elásticas no caso de insuficiência venosa, sempre com orientação médica.”
Segundo Ministério da saúde, a incidência de trombose é igual nos dois sexos quando não estratificado por faixa etária.
Quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência é um pouco maior nas mulheres exatamente pela maior exposição a fatores de risco, como os anticoncepcionais e gestações.
Pequenos cuidados podem prevenir a trombose tanto pós-cirurgia como no cotidiano. Por isso, é fundamental manter-se em movimento, se possível, fazer atividades físicas rotineiramente. Além de ingerir bastante líquido.
De acordo com a SESAB, este ano morreram 171 pessoas, 57 por embolia e trombose arteriais, 82, por flebite e tromboflebite, 2 por trombose da veia porta, e 30 por embolia e trombose venosa.
Fonte: Tribuna da Bahia