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Uma análise feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) encontrou casos de uso irregular de agrotóxico ou resíduos desse tipo de produto acima do limite permitido em 23% das amostras verificadas de diferentes tipos de alimentos.
Ao todo, foram analisadas 4.616 amostras de alimentos entre agosto de 2017 e junho de 2018. Entre os produtos, estavam cereais, como arroz; frutas, como uva, goiaba e laranja; hortaliças, como alface; além de outros, como alho e batata-doce.
Do total das amostras pesquisadas, 17% tinham uso de agrotóxicos não permitidos para a cultura, 2,3% tinham resíduos acima do limite permitido e 0,5% agrotóxicos não permitidos para uso no Brasil. Em 2,9%, havia mais de um desses problemas.
Embora afirma que a situação configura irregularidade, a agência nega que haja risco e necessidade de alerta ao consumidor, mas diz que irá reforçar o monitoramento e ações alternativas.
"O uso de agrotóxicos não permitidos para a cultura normalmente é algo que ocorre com pequenas culturas.
O pequeno agricultor muitas vezes não tem opções para uso. É uma irregularidade, mas também uma discussão que ocorre no mundo", diz Bruno Rios, diretor-adjunto da 3ª diretoria.
Segundo a agência, resultados da mesma análise apontaram presença de resíduos de agrotóxicos em situação que pode configurar risco agudo (o que aponta potencial intoxicação e efeitos em até 24h) à saúde em 0,89% das amostras analisadas, ou 41 entre as 4.616.
Laranja e a goiaba foram as frutas de maior risco agudo devido à presença de resíduos de agrotóxicos acima do permitido. No primeiro caso, a situação foi verificada em 27 das 382 amostras -ou 7% do total. No segundo, em oito das 283 analisadas (2,83%).
A Anvisa afirma, no entanto, já ter adotado medidas para evitar riscos. De acordo com a agência, 91% destes casos eram ligados ao agrotóxico carbofurano, que foi retirado do mercado em 2018, após reavaliação dos riscos à saúde.
O órgão diz que irá avaliar agora se os limites de resíduos estabelecidos para outros três agrotóxicos encontrados precisam ser reavaliados.
Ainda de acordo com a agência, além das 23% que tinham "inconformidades", outras 49% não apresentaram resíduos e 28% estavam no limite.
Fonte: Bahia Notícias