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A entrevista de Ciro Gomes no programa Roda Viva da TV Cultura (assista abaixo) chegou a mais de 1 milhão de visualizações no YouTube. Durante a entrevista, a hashtag #CiroNoRodaViva alcançou o topo dos assuntos mais falados no Twitter Brasil e terceiro lugar no mundo.
A atuação de Ciro Gomes na entrevista foi bastante elogiada pelos milhares de telespectadores e a postura dos jornalistas muito criticada - o próprio Ciro Gomes se irritou algumas vezes pelas perguntas feitas que só remetiam a assuntos já rebatidos e quase nada da atualidade fora questionado.
Ainda no programa, Ciro anunciou que é pré-candidato a presidência da República em 2022 e disse que quer diálogo com "todas as forças progressistas do Brasil" para construção de uma chapa forte com propostas necessárias para o desenvolvimento do país.
Fazendo um levantamento dos assuntos do momento que poderiam ser mais aprofundados durante a entrevista com o ex-ministro, vemos:
1. O Brasil a beira de um colapso social e econômico: as pessoas querem respostas e ações. A classe média começou a acordar do sonho dantesco;
2. Um presidente irresponsável que foi apertar as mãos das pessoas mesmo com treze pessoas da sua comitiva com coronavírus no último domingo (15) e ainda fez falas jocosas;
3. Um "pibinho" de 1.1%;
4. Uma justiça que protege o filho de Bolsonaro e miliciano, e que não investiga o dinheiro que a família Bolsonaro recebia de Queiroz e nem os funcionários fantasmas;
5. Dois anos da morte de Marielle e do motorista Anderson e nada dos mandantes;
6. Adriano (o miliciano) morto na Bahia;
7. Queiroz sumido (provavelmente pode virar presunto);
8. O governo vendeu a Embraer e tá destruindo a Petrobrás e tem outras privatizações como energia;
9. O teto de gastos públicos e a destruição do serviço público, além da demonização do servidor público como parasita e privilegiado;
10. Desemprego em níveis absurdos. Informalidade idem, quase cinquenta por cento da população ocupada;
11. 65 milhões de pessoa no Serasa;
12. Indústrias em crise e com baixo desenvolvimento tecnológico;
13. Subserviência aos EUA pesada: deram a base de Alcântara para os americanos via acordos e derrubou vistos para entrarem livremente no Brasil;
14. O presidente foi pra rua defender o fechamento do Congresso e do Supremo: ação criminosa, autoritária e anti-democrática. Apoiar ato nessa direção é algo grave;
15. Estímulo à execução de pessoas: "bandido bom, bandido morto";
16. Gente do Bolsonarismo estava apoiando o motim da polícia no Ceará;
17. Dólar passou de cinco reais e bolsas em queda livre;
18. O Covid-19 em expansão no Brasil. Pandemia.
19. O cenário está tão crítico que ninguém ouve mais falar da ministra do "Pé de Goiaba" e nem do ministro terra planista da Educação que não sabe nem escrever;
20. A destruição da previdência brasileira e o abono para dívidas rurais do INSS/fundo rural.
Mesmo com tudo isso, uma jornalista da Jovem Pan, Thaís Oyama, insistiu em Venezuela e nas faltas de Ciro na Câmara dos Deputados há mais de dez anos atrás, e ficou dizendo que Bolsonaro nunca faltava - aparentemente elogiando Bolsonaro e sempre opondo Ciro a ele. A jornalista em questão escreveu um livro chamado Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos, onde revela os bastidores da gestão Bolsonaro, inclusive na ocasião, o presidente em entrevista à jornalistas criticou a obra dela falando que "no japão ia morrer de fome" fazendo uma referência ao sobrenome da jornalista.
Outros jornalistas tentaram fazer coisas parecidas - o da Folha ficou insinuando que Ciro era anti-imprensa igual a Bolsonaro.
Enfim, creio que os jornalistas perderam uma grande oportunidade de aprofundar com Ciro assuntos realmente relevantes da atualidade para os expectadores.
Outro detalhe: os jornalistas insistiram no final em uma fala de Ciro sobre Luciano Hulk, numa suposta coalizão democrática. Ciro desconsiderou e insistiram, aí, Ciro destruiu Hulk, com todo respeito, disse: "sabe o pessoal malabares nas ruas, sobretudo os que soltam fogo e tal? Acho aquilo fantástico, é fascinante! Mas, na hora da doença eu levo meu filho no médico e não no malabares. A mesma coisa com Hulk: não é especialista em política e não tem projeto/ideias e nem experiência. Como vou me aliar ou votar nele?" questionou.
Mas, de fato o que chama atenção nessa entrevista é a quantidade expressiva de acessos e de comentários. Isso é um indicador social sim! Um termômetro político. Isso mostra, no mínimo, que as pessoas estão querendo achar uma saída para o caos político que estamos vivendo. Isso indica que as pessoas estão procurando uma "porta de saída" - mesmo aquelas que votaram em Bolsonaro - e esse despertar pode mover montanhas, pois temos que lembrar que a classe média é influente, ocupa postos importantes na sociedade. Assim, seu discurso e seus atos podem reverberar. Enfim, tudo parece indicar que tem muita gente querendo uma terceira via - que não é Bolsonaro e que não seja o tradicional PT.
Assista a entrevista:
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