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Os passaportes adulterados usados por Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Roberto Assis, custaram US$ 6 mil dólares (cerca de R$ 30 mil) cada um, revelam depoimentos de envolvidos no caso obtidos pelo GloboEsporte.com.
Por terem usado esses documentos para entrar no Paraguai, no dia 4 de março, é que Ronaldinho e Assis estão presos desde o dia 6. O pagamento pelos passaportes foi feito em dinheiro vivo pela empresária paraguaia Dalia Lopez, que promoveu a ida de Ronaldinho e seu irmão ao Paraguai, no dia 4 de março.
Um dos depoimentos é de Iván Ocampos Miño, de 31 anos, que se identifica como muito próximo da família de Dalia Lopez. Em vários trechos do depoimento, tomado pelo Ministério Público do Paraguai no último dia 12 de março, O campos se refere a ela como tia.
Iván contou ter feito contato com Bernardo Arellano, um funcionário do departamento de Imigração do Paraguai, e que cobrou US$ 6 mil dólares por documento adulterado.
Além dos passaportes de Ronaldinho e Assis, Arellano também teria – segundo o depoimento – confeccionado o documento de Wilmondes Lira, empresário brasileiro que apresentou Assis a Dalia Lopez, e que está preso no Paraguai.
O outro depoimento é de Sebastian Medina, amigo de Iván Ocampo, e o responsável por ter apresentado a ele Bernardo Arellano, o funcionário do setor de Imigração do Paraguai. De acordo com o depoimento de Medina, Arellano chegou a ameaçá-los com um revólver para que eles não o entregassem para as autoridades paraguaias.
Enquanto Ronaldinho e Assis estão presos há 11 dias, a empresária Dalia Lopez, acusada pelas autoridades paraguaias de liderar um esquema milinário de lavagem de dinheiro e sonegação de impostos, está foragida desde o dia 7 de março, quando teve prisão decretada.
Nesta terça-feira, o Ministério Público do Paraguai vai começar a perícia nos telefones de celulares de Ronaldinho e Assis, para entender se há algum envolvimento deles com a empresária. Quinze pessoas já foram presas desde que Ronaldinho e seu irmão entraram no país com os documentos adulterados.
A defesa de Ronaldinho e Assis já tentou três recursos para tirá-los da Agrupación Especializada, complexo da Polícia Nacional do Paraguai que abriga 194 presos. As três apelações da defesa foram recusadas. Os advogados de Ronaldinho e Assis consideram a prisão deles abusiva, arbitrária e exagerada -- e nega que eles tenham cometido qualquer crime. Os dois afirmaram para as autoridades paraguaias que receberam os passaportes de presente.