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Apesar da conquista do adiamento na data de realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), pleito altamente reivindicado por estudantes, figuras políticas, entidades e universidades, os problemas gerados pelo calendário do exame não chegaram ao fim.
Após anúncio do Ministério da Educação (MEC) sobre o adiamento na data de realização das provas, a superintendente da Educação Básica da Bahia, Manuelita Brito, ponderou que a aflição da pasta no estado vai além: “ainda nos preocupa o calendário de inscrição”.
De acordo com a superintendente, “é bem vindo o indicativo do Ministério [da Educação], que até então vinha resistindo bastante”, mas o prazo de inscrição, cujo fim está previsto para esta sexta-feira (22), é também um grande problema.
“Porque o primeiro filtro, a primeira peneira é a inscrição”, anunciou Manuelita ao Bahia Notícias.
A superintendente da Educação espera que o adiamento da prova implique também na reabertura ou prorrogação das inscrições. A secretaria identificou dificuldade dos estudantes em realizarem a inscrição com o afastamento das escolas e tem orientado que a instituições, mesmo sem aulas, se organizem para permitir que os alunos utilizem a estrutura das escolas para esse fim.
A medida leva em conta o fato de que o acesso a internet e a computador ainda não é universalizado no Brasil.
Cerca de 4,8 milhões de crianças e adolescentes na faixa de 9 a 17 anos no Brasil não têm acesso à internet em casa. O total corresponde a 17% de todos os brasileiros nessa faixa etária. Os dados foram divulgados pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), e fazem parte da pesquisa TIC Kids Online 2019.
O objetivo da Secretaria de Educação da Bahia é de que pelo menos 70 mil estudantes concluintes da rede estadual se inscrevam para a prova em 2020.
Número, se não superior, pelo menos igual ao ano passado.
“É excelente que o ministério tenha aberto essa sinalização na perspectiva do adiamento. Acho precipitado fixar datas, porque a gente ainda não tem clareza sobre o retorno das aulas, então corre-se o risco da gente ficar trabalhando sempre com novas prorrogações”, ressaltou a superintendente da Educação.
Em seguida Manuelita sugeriu que o prudente seria aguardar um tempo para que o cenário se desenhe melhor. “Ver como as redes estão retomando, em que ritmo estão retomando, como isso está sendo feito”, explicou.
Fonte: Bahia Notícia