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Em meio à segunda troca de ministros em menos de um mês (veja aqui), o Brasil deve chegar nas próximas semanas ao segundo lugar no número de casos confirmados da Covid-19. O problema é que, mesmo sendo um número alto, o país realizou quatorze vezes menos testes que o primeiro lugar, os Estados Unidos.
Com 330 milhões de habitantes, os EUA adotaram uma política intensa de testes em todo o território nacional, chegando a mais 10,7 milhões de análises concluídas até esta sexta-feira (15). A informação está disponível no site Worldometers, que faz o acompanhamento de dados da doença em todo o mundo.
Já no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro defende que o novo coronavírus é só uma "gripezinha", foram realizados apenas 735.224 testes até o momento, mesmo com uma população de mais de 212 milhões de pessoas. A taxa de análises por 1 milhão de habitantes no território norte-americano é de 32,563. No Brasil, esse número é de 3,462.
Atualmente o sexto em número de casos confirmados no mundo, o Brasil já confirmou a contaminação de mais de 211 mil pessoas, se aproximando da Itália (223.885), Reino Unido (236.711), Rússia (262.6243) e Espanha (274.367).
Porém, entre eles, a taxa de crescimento no território brasileiro só é menor que entre os russos neste momento.
Ainda assim, a Rússia - que tem uma população menor do que o Brasil, com 145 milhões de habitantes - tem um número bem maior de testes. Até o momento, segundo o Worldometers, por lá já foram feitas 6.413.948 milhões de análises.
O único indicador em que o Brasil aparece "melhor" entre os sete países com mais contaminados por Covid-19 no mundo é o de óbitos. Foram registradas 14.453 mortes até o momento, acima apenas da Rússia, onde 2.418 pessoas morreram até esta sexta.
O problema é que há suspeita de subnotificação também de mortes de brasileiros, reflexo do baixo número de testes realizados.
Em entrevista ao Bahia Notícias, o coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, o médico e neurocientista Miguel Nicolelis, disse que um dos indícios de subnotificação é a quantidade de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave [SRAG] (saiba mais aqui).
MAIOR DA AMÉRICA DO SUL, MAS NÃO EM TESTES
Proporcionalmente, o Brasil não tem nem mesmo a liderança em número de análises entre as nações da América Latina.
Com uma população quase 10 vezes menor do que a brasileira, a Venezuela é a que mais testou seus habitantes. Foram realizados mais de 18 mil testes para cada 1 milhão de pessoas. Chile e Peru aparecem logo depois, com 17.876 e 17.845 análises por milhão de habitantes, respectivamente.
Proporcionalmente à população, o Brasil ainda fica atrás do Uruguai (8.988), Equador (5.050) e Colômbia (4.484).
Fonte:Bahia Notícias