Foto: Reprodução |
Um estudo liderado por pesquisadores da Soonchunhyang University, da Coreia do Sul, isolou 303 pacientes com teste laboratorial positivo para o Sars CoV-2. Eles observaram que os pacientes assintomáticos, mais de 30% do grupo, têm carga similar àqueles que apresentam os sintomas durante a Covid-19.
O resultado sugere que todos os infectados, independentemente dos sintomas, são capazes de transmitir da doença.
A idade média do grupo isolado foi de 25 anos (22 a 36 anos) e 66,3% eram mulheres. Doze pessoas apresentavam comorbidades – 10 tinham hipertensão, uma tinha câncer e outra tinha asma.
O tempo médio de desenvolvimento dos sintomas dos pacientes sintomáticos (193) foi de 15 dias (13 a 20 dias).
Após 2 semanas do teste positivo, 33,7% dos assintomáticos já apresentaram exame RT-PCR negativo para a Covid-19; em três semanas, a taxa subiu para 75,2%. No caso dos pacientes com os sintomas, esses índices foram de 29,6% e 69,9%, também para duas e três semanas da confirmação do vírus, respectivamente.
“Neste estudo de coorte de pacientes sintomáticos e assintomáticos com infecção por Sars CoV-2 isolados em um centro de Cheonan, na Coreia do Sul, os valores de carga viral entre os grupos foram semelhantes. O derramamento molecular viral foi prolongado. Como a transmissão por pacientes assintomáticos com Sars CoV-2 pode ser um fator-chave para a disseminação na comunidade, pode ser necessária uma vigilância populacional e o isolamento de pacientes mesmo sem sintomas”.
A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira (6) na revista “JAMA”. Entre as limitações apontadas pelos próprios cientistas, está o fato de que “é possível que os pacientes assintomáticos não tenham sido representativos de todos os pacientes” da comunidade, já que outros estudos também apontam para resultados falsos positivos e negativos em testes da Covid-19.
“Embora a alta carga viral observada em pacientes assintomáticos aumenta uma possibilidade de risco de transmissão, nosso estudo não foi desenhado para isso”, disseram os autores, que chamam a atenção para a necessidade de “grandes estudos epidemiológicos e experimentos mais rigorosos”.
Fonte: G1