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O governo Jair Bolsonaro excluiu do último relatório do Disque Direitos Humanos as informações sobre o encaminhamento e as respostas dadas a todas as denúncias de violações recebidas, entre elas as de violência infantil, feitas aos órgãos de apuração e proteção.
A informação é da Folha.
Divulgado em maio deste ano pelo Ministério da Mulher, da Família e de Direitos Humanos, com dados referentes a 2019, o relatório do Disque 100 informa que foram registradas 86.837 denúncias de violência contra crianças e adolescentes, que representam 55% do total recebido e uma alta de 13,9% em relação ao ano anterior.
O maior volume de casos diz respeito a negligência (38%), enquanto a violência sexual representa 11% das denúncias. Há, ainda, ocorrências de violência psicológica (23%), violência física (21%), exploração do trabalho (3%), entre outras.
O documento também aponta que 52% das violações ocorrem na casa da criança ou do adolescente.
De modo geral, 69% dos atos ocorrem com frequência diária.
Não se sabe que encaminhamento foi dado às denúncias, nem se foi tomada alguma providência. Questionado pelo jornal, o ministério respondeu que a exclusão desses dados foi uma "decisão editorial", mas frisou que as denúncias recebidas são encaminhadas.
Não é a primeira vez que o relatório do Disque 100 causa polêmica. Em junho, foi divulgado que os dados sobre violência policial haviam sido excluídos do texto. Na época, o governo justificou a decisão com "inconsistências" na base de dados.
Fonte: Metro 1