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A jovem transexual Érica Dakota circulava pela região da Praça da República, no centro de São Paulo, no último domingo (23), quando foi abordada por dois policiais que pediram seus documentos. Ao perceberem que se tratava de uma mulher trans, ela contou em suas redes sociais que foi humilhada e um deles escreveu “boiola” na parte interna do RG, que foi rasgado na parte de baixo.
“Foi uma situação muito chata porque ele não só rasgaram o meu RG como também mancharam meu vestido branco. Eu nem vi que eles tinham rasgado o documento naquela hora e só percebi depois que fui liberada. Eu estava bêbada, com meu namorado, que estava sem documento.
Achei que poderia dar “B.O.”, comentou. “Sou muito leiga neste assunto, minha amiga que tinha me ajudado a fazer este. Agora mandei fazer outro com meu nome social”, contou.
Quem fez a denúncia pubicamente sobre o caso foi a amiga de Érica, Roberta Machado, que ficou enfurecida com a atitude dos policiais.
“Eu odeio policiais! Não gosto! Eles escreveram ‘boiola’ atrás e isso foi terrível.
Ainda cortaram o documento para não servir mais e disseram ‘você não quer ser mulher? Então tem que tirar outro’. Só que eles não sabem com quem estão mexendo. Ela não queria postar por medo da repercussão, então eu o fiz”, explicou.
Roberta detalhou que Érica estava bêbada no momento da abordagem e não se recorda do rosto e dos nomes dos policiais. Por este motivo, não puderam fazer uma denúncia formal à Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
“Se eu soubesse quem é, eu denunciaria. Não é porque eles são policiais que podem fazer tudo. Eles têm de respeitar os negros, as travestis e todo mundo que mora na cidade. Infelizmente isso não acontece em lugar algum”, finalizou.
Fonte: Revista Maria Claire