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Bolsonaro apelou para o “patriotismo” de donos de supermercados para aliviar os altos preços de alimentos na cesta básica. Ele parece ignorar que o problema está longe das prateleiras.
Um primeiro ponto chave para primeira compreensão da alta dos preços é o aumento das exportações.
Com nossa moeda desvalorizada, a demanda internacional por produtos daqui cresce cada vez mais.
Essa expansão, contudo, atinge o mercado interno e consequentemente o consumidor brasileiro que terá que pagar mais. O país chega ao cúmulo de precisar importar a mesma matéria-prima que produz, pagando preços maiores, para manter setores do agronegócio.
Uma contradição para um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
Especialistas avaliam que a alta inflacionária dos alimentos se deve à política agrícola adotada pelo governo, que prioriza as exportações do agronegócio em vez do abastecimento interno.
Até para produtores rurais, é nítido que falta inteligência agrícola, pois o Brasil beneficia concorrentes no mercado mundial e ainda tem que comprar de outros países o que produz em abundância.
Outro indicador preocupante: em 1977 as áreas de arroz e feijão, juntos, representavam 28.2% da área total plantada com grãos enquanto a soja 21%.
Em 2020, arroz e feijão representaram apenas 6.9% enquanto a soja responde por mais da metade da área com grãos (57%).
Políticas para fortalecer a agricultura familiar são uma alternativa para controlar a alta dos preços dos alimentos, garantir o abastecimento interno e diminuir a dependência externa do Brasil em relação a alimentos básicos.
Contudo, é o segmento que ficou duramente afetado com a pandemia. Metade das famílias de agricultores familiares teve redução nas suas rendas, perdendo, em média, um terço da renda que recebiam.
O próprio governo veta a Lei Assis Brasil de apoio emergencial a agricultores familiares e pequenos produtores. Outras políticas conquistadas a favor de agricultores familiares e reforma agrária foram atacadas.
Fonte Midia Ninja