Foto: Reprodução |
Em denúncia feita nas redes sociais, Marcos Pascoal contou que dois funcionários do estabelecimento tentaram barrá-lo com o argumento de que a roupa usada por ele não era para homens. O momento foi filmado e publicado nas redes sociais do estudante. Em publicação em seu perfil no Instagram, Marcos contou que o caso ocorreu na noite de sábado.
Ao tentar entrar no supermercado, um funcionário vestido com uniforme do Walmart apontou para o short e fez sinal negativo, apontando que não seria possível circular pelo local com a peça. O estudante relatou que, devido ao constrangimento, precisou abaixar a vestimenta duas vezes até ter a entrada autorizada. “Mediante a vergonha da cena, abaixei o short duas vezes perguntando ao funcionário se com aquele tamanho eu poderia entrar.
Ele fez sinais gestuais dizendo que não, abaixei mais um pouco, já humilhado naquela situação, e consegui entrar”, relatou na postagem. Ao sair do estabelecimento, ele ajeitou o short novamente, sendo interpelado, desta vez, pelo segurança do mercado. Questionado sobre o porquê de não poder usar a roupa, o funcionário deu a seguinte resposta: “Até esse momento, o senhor é homem. O senhor tem que ajeitar o seu short. Homem tem que estar composto”.
O segurança pontuou também que diversas crianças estavam no local, indicando que o uso da roupa poderia ser ofensivo para elas. Em dado momento, Marcos lembrou que outras mulheres estavam no supermercado com short curto. Foi quando ouviu novamente: “O senhor é homem”. Em nota, o Grupo Big, que administra o supermercado, classificou a atitude dos funcionários como “inadmissível”. Terceirizado, o segurança que aparece nas imagens foi afastado.
“O Grupo BIG informa que o fato ocorrido no supermercado de Itapuã é inadmissível e não corresponde aos procedimentos e valores da empresa. Tomaremos as medidas cabíveis, como o afastamento do segurança terceirizado. A empresa está em contato com o cliente, colocando-se à sua disposição para toda assistência necessária nesse momento. Reiteramos que não aceitamos situações como essa e reforçamos nossos pedidos de desculpas ao cliente”, diz o posicionamento da empresa.
Advogada do estudante, Lorena Reis vai processar o supermercado e a empresa que contratou o segurança, tanto nas esferas cível quanto criminal. “Na esfera cível, houve humilhação, uma questão vexatória. Vamos procurar algo na esfera indenizatória, algo reparatório dessa situação, de toda a circunstância que lhe magoou, lhe machucou, lhe envergonhou. Não é um mero dissabor. E há uma questão criminal muito pontual, de buscar reparação tanto de parte da empresa quanto do funcionário. É uma responsabilização, buscar uma retratação pública e notória proporcional ao agravo”, explicou. De acordo com ela, é possível apontar crime de homofobia na atitude dos funcionários, já que Marcos foi discriminado por conta de sua orientação sexual.
Fonte: BN