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O coordenador da UTI Covid-19, o médico intensivista Eric Júnior, explica que a Ventilação Mecânica não Invasiva (VMNI) torna-se uma importante opção para o tratamento da insuficiência respiratória aguda em pacientes da unidade. O capacete é composto do capuz, que cobre toda a cabeça do paciente, feito de material transparente e macio.
Usados em pacientes com quadro grave da Covid-19, os helmets têm a função de fazer uma ventilação contínua não invasiva. “Normalmente, esse processo é feito por período, com sessões entre uma hora e uma hora e meia. Esse equipamento permite fazer uma ventilação invasiva prolongada por dois a três dias”, explica o médico.
O objetivo com a utilização do aparelho é evitar a intubação do paciente. “A intubação no paciente com Covid-19 aumenta muito a taxa de mortalidade. Por isso, o desafio é evitar o máximo esse procedimento. Com o uso do capacete, o objetivo também é proporcionar uma alta precoce do paciente. Esse foi o caso do paciente Tomé Rosa. Mas outros pacientes da nossa unidade estão também fazendo o uso do equipamento”, conta.
Drama familiar
A esposa de Tomé Rosa, Bárbara Freitas conta que foram os 24 dias mais difíceis na vida da família e que o marido chegou aparentemente bem ao hospital. “Ele chegou aqui andando. Levei um susto enorme ao saber que teria de deixá-lo aqui, internado, mesmo sabendo que ele seria bem cuidado”.
Bárbara Freitas relata que a situação ficou ainda mais tensa nos dias seguintes, com agravamento do quadro de saúde do marido. “A partir do 16º ou 17º dia, quando passou a utilizar o capacete especial, que o quadro começou a evoluir para melhoras”, recorda-se.
Na noite de quinta-feira (24), Tomé Rosa deixou a UTI Covid-19 do Hospital Calixto Midlej Filho e foi recebido com festa pela família. Ele concluirá o tratamento em casa e será acompanhado pelo Departamento de Vigilância Epidemiológica de Itabuna.
Invenção do capacete é da Escola Pública de Saúde do Ceará, fundada por Ciro Gomes
O Ceará tem envolvimento nesse processo a partir da criação do Elmo, um capacete de respiração assistida que reduz em 60% a necessidade de internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Fruto da iniciativa público-privada, o equipamento oferece oxigênio a pacientes com quadro clínico moderado e grave, o que melhora a capacidade respiratória e evita a intubação por não ser um mecanismo invasivo, como os ventiladores mecânicos. A cúpula transparente, por onde entram os tubos fixada no pescoço, distribui fluxo de gás contínuo para oxigenar o sangue e expandir o pulmão.
Conforme o Diário do Nordeste, o superintendente da Escola de Saúde Pública (ESP-CE) e idealizador do Elmo, Marcelo Alcantara, o item pode ser usado em período intermitente até a reversão dos sintomas. "O uso inicial dele é enquanto o paciente está acordado, alerta e consciente. Na primeira vez, você utiliza duas, três horas, sempre com um profissional de saúde acompanhando o procedimento para dar segurança. Nos intervalos sem o Elmo, ele pode se alimentar ou fazer higiene pessoal. Depois coloca de novo. Pode usar por dois, três, quatro dias até a condição de base ser resolvida". A ESP-CE foi criada pelo ex-governador Ciro Gomes.
Da elaboração do Elmo até agora, passaram-se apenas sete meses. Quando concebido, em abril, o Ceará estava prestes a atingir o pico de casos de SARS-CoV-2. No mês seguinte, o protótipo foi finalizado. Os testes começaram em junho com 10 voluntários sadios. Já entre julho a outubro, o experimento esteve na fase clínica com outros 10 pacientes graves do Hospital Leonardo Da Vinci, em Fortaleza.
"Desses 10, seis tiveram resposta excelente com o uso do Elmo na enfermaria da unidade. Um usou pouco tempo, cerca de meia hora, aí não teve boa resposta. Os outros três foram intubados e precisaram de UTI, tendo dois entrado em óbito e um recebido alta. Em geral, o conforto e a avaliação do paciente ao usar o Elmo foram muito bons", atesta o idealizador.
Diante dos resultados promissores após a finalização do ensaio clínico, no dia 29 de outubro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a produção em escala industrial do Elmo. A produção e a comercialização do equipamento ficarão a cargo da Esmaltec, empresa de eletrodomésticos pertencente ao Grupo Edson Queiroz.
Referência em atendimento Covid-19
Referência no atendimento a pacientes adultos e pediátricos com diagnóstico de coronavírus (Covid-19) na região sul da Bahia, a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna (SCMI) ampliou o número de leitos, alcançando a marca de 25, sendo nove de UTI, nos dois hospitais sob sua gestão.
Os leitos atendem exclusivamente pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) e são resultado de uma parceria com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Os leitos estão distribuídos no Hospital Calixto Midlej Filho (HCMF) e no Hospital Manoel Novaes (HMN).
Fonte: Ascom/Santa Casa de Misericórdia de Itabuna