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“Parece que está voltando a onda de lockdown. Vamos ver até onde o Brasil aguenta esse estado de coisas”, disse.
Segundo ele, não há a menor possibilidade de ele decretar um lockdown nacional, como pregam vários governadores. “Alguns querem que eu decrete lockdown, não vou decretar e pode ter certeza de uma coisa: o meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa”, afirmou Bolsonaro em conversa com apoiadores na porta do Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (8/3).
O presidente tenta marcar posição ante os governadores, que decidiram isolá-lo no debate em torno do que deve ser feito para evitar o colapso nacional do sistema de saúde.
As medidas restritivas estão sendo adotadas mesmo por prefeitos e governadores que se dizem aliados do presidente da República, como os de Rondônia, Amazonas e Santa Catarina. Mas os lockdows têm sido quase gerais e foram mais recentemente anunciados pelos governos do Distrito Federal, de São Paulo e do Pará.
A ocupação dos leitos de UTIs nesses estados estão em quase 100%.
No entender de Bolsonaro, as medidas restritivas prejudicam a economia. Ele teme que uma nova recessão, com aumento do desemprego, custe a sua reeleição em 2022. Para os governadores, o presidente da República não tem nenhum apreço pela vida. Portanto, cabe aos chefes dos executivos regionais agirem para evitar o pior.
A última semana, com mais 10 mil mortes, foi a mais letal desde o início da pandemia da covid-19 no país.
Bolsonaro se refere às críticas ao posicionamento dele em relação à crise sanitária como sendo “mimimi” e “frescura”. A média móvel diária de mortes pela covid-19 ficou em 1.497 nas últimas 24 horas, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa.
“Eu quero paz, tranquilidade, democracia, respeito às instituições, mas alguns estão se excedendo”, afirmou o presidente a apoiadores. “O povo vai se conscientizar do que precisa ser feito. Na hora certa, tudo vai acontecer”.
Fonte: Correio Braziliense