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Mais de 100 pessoas, entre representantes de diversos partidos políticos, de universidades federais (Ufba e UFRB) e estaduais (Uneb), bem como artistas e integrantes da Sociedade Civil Organizada participaram do lançamento do Comitê que ocorreu de forma virtual. Participaram do encontro virtual, o senador Jaques Wagner (PT), as deputadas federais Lídice da Mata (PSB-BA), Alice Portugal (PCdoB-BA) e Teresa Nelma (Procuradora da Mulher na Câmara) além de outros deputados e vereadores.
Lídice destacou que a Bahia não vai permitir que ocorra com uma política mulher o que houve com a vereadora Marielle Franco, que foi assassinada no Rio de Janeiro e mais de mil dias depois o crime permanece sem ser solucionado. “Eliana representa um movimento de coragem para enfrentar uma lógica de poderosos em Cachoeira, venceu uma eleição improvável e agora precisa exercer o seu mandato, pois o povo queria mudança e essa vontade precisa ser respeitada, pois a democracia é soberana. As mulheres, sobretudo as negras, precisam ter o exercício do Poder”, disse.
A procuradora de Mulheres da Câmara Federal, Teresa Nelma lembrou que já enviou ofícios ao governador Rui Costa e ao procurador-geral do Estado, além do Tribunal Superior Eleitoral e Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos requerendo a apuração dos fatos e a adoção das providências necessárias para a garantia da vida e exercício do mandato da prefeita Eliana.
O senador Jaques Wagner ressaltou a personalidade de luta do povo de Cachoeira e colocou-se à disposição da prefeita para que as ameaças sejam investigadas e os suspeitos devidamente punidos.
A secretária de Política para as Mulheres, Julieta Palmeira, disse que a violência política de gênero visa tolher a ocupação dos espaços públicos, mas que a sociedade já não mais aceita isso, embora sejam heranças cujas raízes são fortes, mas serão rompidas. “Essa mobilização vai garantir o mandato da prefeita e, principalmente, de uma mulher negra comandando os espaços de decisão”, observou.
A Prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga, disse que as intimidações vão além das ameaças e ocorrem na prática, ao citar os assassinatos de dois aliados com requintes de crueldade. “Em cada morte, eles mandaram um recado de a motivação era política, mas eu seguirei firme e não renunciarei, pois cumprirei o mandato que o povo de Cachoeira nos concedeu”, falou.
A vice-prefeita de Cachoeira Cristina Soares ressaltou o sentimento de luta em defesa da democracia e disse que a independência e a liberdade do povo da sua cidade precisam estar permanentemente reafirmadas.
Fonte: Recôncavo Online