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Os resultados do estudo, liderado pelo professor da Universidade de São Paulo (USP), Helder Nakaya, e com a participação do pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Bahia, Bruno Bezerril, foram descritos em artigo publicado no International Journal of Infectious Diseases. Além deles, a pesquisa também contou com especialistas de diversas instituições nacionais e internacionais.
Os resultados do estudo foram divulgados nesta segunda-feira (17) na página da Fiocruz. Os cientistas estabeleceram um perfil laboratorial dos pacientes, com a contagem completa de células sanguíneas, eletrólitos, metabólitos, gases no sangue arterial, enzimas, hormônios, biomarcadores de câncer, dentre outros.
Os resultados revelaram que pacientes idosos do sexo masculino têm valores laboratoriais significativamente anormais, incluindo marcadores inflamatórios mais elevados, em comparação com mulheres idosas. Biomarcadores de inflamação, como a proteína C reativa e ferritina, eram mais altos especialmente em homens mais velhos, enquanto outros marcadores, como testes de função hepática anormais, eram comuns em várias faixas etárias, exceto para mulheres jovens.
Segundo os autores do estudo, por ser uma infecção multissistêmica, os pacientes com a forma grave da covid-19 passam por um processo chamado tempestade de citocinas, que é um indicativo de descontrole da inflamação. Isso acontece quando o corpo perde a capacidade de parar esse processo que combateria a doença, desencadeando problemas gravíssimos.
Uma hipótese levantada pelo estudo é de que pacientes mais idosos e do sexo masculino têm tendência a ter um descontrole maior da inflamação por conta dessa tempestade de citocinas. Homens e mulheres apresentaram alterações no sistema de coagulação e níveis mais elevados de neutrófilos, proteína C reativa, lactato desidrogenase, entre outros. Estas alterações foram substancialmente afetadas com o aumento da idade, e o impacto da idade se mostrou mais relevante em homens do que em mulheres.
Fonte: Agência Brasil