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Os dados foram consultados no sistema de internações Sivep-Gripe, do Ministério da Saúde e revelam que cerca de 10% das vítimas tinham menos de 60 anos e nenhum fator de risco associado. O levantamento leva em conta pacientes que ficaram internados por dois dias ou mais nessas unidades, prática vedada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).
O entendimento do CFM, conforme prevê a resolução 2.079 de 2014, é de que as UPAs não devem manter o doente por mais de 24 horas no local, mesmo que as unidades tenham estrutura para dar o primeiro atendimento e estabilizar pacientes graves. Passado esse período, a recomendação é de que, caso o paciente ainda necessite de internação, seja transferido a um hospital de referência.
A resolução também proíbe “a permanência de pacientes intubados no ventilador artificial em UPAs, sendo necessária sua imediata transferência a serviço hospitalar”, destaca a matéria do Estadão.
Só que desde março do ano passado, quando o Brasil começou a ser afetado pela pandemia da Covid-19, as UPAs já acumulam 22.463 mortes de pacientes com a infecção pelo coronavírus que ficaram internados por mais de 24h. Quase metade desses óbitos, 10.779, foi registrada nos quatro primeiros meses deste ano. De acordo com a reportagem, o tempo médio de internação foi de 11,6 dias. Mas há casos em que pacientes ficaram nas unidades por mais de 100 dias.
No auge da primeira onda de contaminações, em maio do ano passado, 7,29% do total de óbitos notificados foi em unidades de pronto atendimento. De junho de 2020 até fevereiro deste ano, o porcentual ficou na faixa dos 4% a 5%. O número voltou a crescer em março deste ano, quando o sistema de saúde entrou em colapso, alcançando 6,24% dos óbitos.
Os dados de abril, mês em que o Brasil bateu recorde de óbitos, ainda não estão consolidados.
Fonte: Bahia Notícias