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Outro caso também registrado em Feira de Santana é da mãe do deputado e radialista Carlos Geilson, a professora Gilcélia dos Santos Silva, de 89 anos de idade, que mesmo imunizada com as duas doses da vacina contraiu o vírus.
Em entrevista na manhã desta terça-feira (18), o prefeito e também médico cirurgião, professor mestre de epidemiologia, Colbert Martins, explicou que a proteção da vacina necessita de um intervalo de tempo no corpo humano e destacou que a imunização só pode ser completada após, pelo menos, trinta dias depois da segunda aplicação.
"As vacinas precisam despertar um tipo de imunidade mais superficial, mais corporal e em um segundo momento, a imunidade celular, aquela que demora mais tempo e permanece com as pessoas, e claro, dar uma proteção entre o intervalo da primeira até a segunda dose. Mesmo que o nível de proteção seja pequeno, a gravidade dos casos tende a ser menor em relação àquelas pessoas que não estão imunizadas. A pessoa que toma a segunda dose só vai ter uma imunidade verdadeira com pelo menos 30 a 60 dias depois da aplicação, porque não significa que a proteção já começa ali no momento que é aplicada, é uma imunidade razoável e caso a pessoa não tenha nenhum tipo de comorbidade, essa proteção pode ser feita dentro dos 30 dias", explicou.
De acordo com o prefeito, por conta de algumas variantes do vírus que estão surgindo, estudos ainda estão sendo feitos para identificar se a vacina atual é capaz de combater a doença.
"Em dezembro do ano passado, a Drª Melissa Falcão já informava sobre possíveis variantes e agora temos outras variantes, cujo efeito dessa vacina pode não estar preparado para vencer, então tudo isso precisa ser identificado através dos exames de PCR, identificando qual o tipo de vírus, se existe algum tipo de variante resistente à vacina. Esses estudos são feitos através do microscópio eletrônico para ser identificado qual o vírus, qual a genotipagem, não é um exame de rotina, inclusive a Universidade Estadual de Feira de Santana esteve agora com a Fiocruz fazendo essas genotipagens no Hospital de Campanha e trabalhando para identificar essas variantes", disse.
Cientificamente, já foi comprovado que a vacina reduz as chances de complicações em casos de infecção da doença. Em Feira de Santana, houve redução de óbitos por covid-19 em idosos acima de 80 anos, grupo prioritário que foi imunizado no início da campanha. Para o prefeito Colbert Martins, o nível de internação grave também reduz destas pessoas que já foram vacinadas.
"A vacina reduz os sintomas mais graves, o índice de óbitos diminui e caiu muito o nível de óbitos de enfermeiros, técnicos, auxiliares, médicos e caiu também o nível de internação em casos graves. A tendência pós-vacinação é que se em caso da pessoa contrair a doença que seja com sintomas mais leves, que não necessite de internação, o que é um ganho muito importante", destacou.
As pessoas não devem esquecer de tomar a segunda dose da vacina
É necessário que as pessoas sigam o prazo que é estabelecido para o retorno da segunda dose da vacina. De acordo com o prefeito, aquele indivíduo que passa do período de tomar a dose de reforço não terá uma imunização ideal.
"É importante esse tempo entre uma dose e outra, pois a primeira dose serve como estímulo. Já a segunda dose é uma imunização permanente e, às vezes, as pessoas esquecem, demoram mais do que deviam e essa pessoa que devia tomar a segunda dose com 30 dias vai tomar com 60. Vai ter um efeito de imunização? Vai, porém um efeito menor do que era esperado. A minha vacina mesmo foi no dia 27 de março e já anotei aqui na minha folhinha para retornar no dia 18 de junho, pois nesse dia quando eu tomar a segunda dose terei um efeito melhor, mas infelizmente as pessoas estão esquecendo. Às vezes é receio de retornar, mas é preciso que a vacina seja aplicada na data correta", afirmou.
Na tarde de ontem (17), a Prefeitura Municipal de Feira de Santana autorizou a apresentação de voz e violão, limitada a uma pessoa, nos bares, restaurantes e similares, nos horários permitidos de funcionamento.
Questionado se esta autorização pode aumentar o fluxo de pessoas nesses estabelecimentos, o prefeito Colbert Martins informou que a responsabilidade deve ser de todos, não apenas do profissional que está naquele momento fazendo o seu trabalho.
"Nós já estamos liberando os bares com funcionamento até determinado horário e a música por si só não significa aumento do fluxo de pessoas. Não é do artista que está ali para cantar ou do dono do bar, a responsabilidade é de todos.
Em Salvador, isso já está acontecendo há um tempo e nós demoramos um pouco, mas espero que as pessoas se comportem, não da forma irresponsável que aconteceu neste último final de semana na Senhor dos Passos, mas que as pessoas se comportem de uma forma absolutamente responsável. Estou apostando nas pessoas que precisam trabalhar, estou apostando ainda mais na capacidade que nós temos de respeitar o distanciamento social. Então peço às pessoas que continuem mantendo todos os protocolos, como além do distanciamento, o uso da máscara, cuidados higiênicos e minha preocupação está neste final de semana, quando completam 14 dias após o Dia das Mães. Podemos estar diante de uma nova onda, portanto é preciso manter todos os cuidados, nossa UTI está lotada com todos os 36 leitos clínicos e, na última sexta-feira, tivemos um óbito de uma jovem de apenas 29 anos de idade. Isso mostra que a doença não tem limites, devemos nos cuidar", frisou.
Fonte: Acorda Cidade