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O estudo também coletou dados do município de Vitória da Conquista, onde a situação dos catadores é menos pior: dos 347 cadastrados, 83,5% são negros e pardos, e 57% têm renda mensal familiar de no máximo R$ 500 reais.
“A gente sai e deixa os filhos com fome, como várias vezes já aconteceu lá em casa de não ter nem um quilo de arroz.
Vai trabalhar debaixo de chuva e sol e não reclama de nada”, desabafa a catadora Aparecida Batista Silva, mulher, negra, de meia idade, que tira o sustento da família catando latinhas, plásticos, papéis e recicláveis, em Vitória da Conquista.
Além da baixa remuneração, outros fatores agravam a qualidade de vida: questões de discriminação, problema de saúde ou deficiência e riscos do trabalho também foram medidas pela pesquisa que revela jornadas exaustivas e baixa perspectiva.
“Os catadores são prestadores de serviço público de manejo de resíduos e coleta seletiva, mas, via de regra, não recebem adequado apoio dos gestores públicos municipais. O catador é protagonista na cadeia produtiva da reciclagem; toda ela se sustenta por meio da exploração do trabalho deles”, declara a defensora pública Kaliany Gonzaga, que coordena o Nugam e o programa Mãos que Reciclam responsável pelo estudo.
A Defensoria Pública da Bahia desenvolveu em 2014 o programa Mãos que Reciclam com o objetivo de criar políticas de apoio aos catadores de materiais recicláveis. Mais de 1.240 famílias já foram assistidas como fornecimento de 843 EPI’s, (botas e luvas); 768 kits higienizantes; e milhares de cestas básicas.
Fonte: Metro 1