Foto: Reprodução |
De acordo com a Ya Ivone Maria, que é ialorixá da adolescente, o caso aconteceu na manhã da última quarta-feira (21). Júlia Almeida está em “regime religioso” e foi iniciada no candomblé no dia 5 de julho.
Segundo Ya Ivone Maria, a adolescente também estava com um banco, chamado de apoti, porque ela não pode sentar em cadeiras.
“O porteiro não deixou que ela entrasse, porque ela estava vestida dessa maneira e estava com um banquinho, que a gente chama de apoti”.
A ialorixá de Júlia Almeida contou que a mãe da vítima tentou justificar, mas os funcionários não eixaram que ela entrasse na escola e assistisse a aula.
“A mãe da aluna pediu para falar com a diretora da escola e ela de lá de dentro gritou: ‘Não, manda ela ir para casa, que eu não vou botar falta não’.
Fez pouco caso com a criança e Júlia só tem 13 anos”, lamentou.
Após o caso, a ialorixá registrou queixa por racismo religioso na delegacia virtual. A Polícia Civil vai investigar o caso.
Entramos em contato com a Secretaria de Educação de Salvador (Smed) e aguarda o posicionamento sobre o caso.
Após ser impedida de entrar na escola em que estudava, Júlia Almeida tem relatado que está constrangida e não quer voltar ao local.
Os familiares da adolescente resgistraram que a pressão dela atingiu 15×12.
“Isso constrangeu muito. Agora ela está com medo de ir para o colégio pela vergonha que ela passou e de os coleguinhas começarem a chamar ela de macumbeira”, relatou YA Ivone Maria.
“Ela está muito chorosa, uma criança de 13 anos e a pressão foi para 15.12 devido o constrangimento que ela passou. Ontem ainda estava e a gente está tentando amenizar a situação com chá, porque ela é uma criança e a gente não pode dar um medicamento forte”.
A ialorixá de Júlia Almeida contou que a diretora da escola chegou a pedir desculpas pela situação, mas não fez ações para que a aluna assistisse as aulas.
“Por volta de umas 11h30 foi quando eu cheguei no colégio, a diretora disse que não sabia que o porteiro tinha feito isso, me pediu mil desculpas e por isso ficou”, contou.
“Não falou entre na escola ou volte a estudar, assim ficou. Eu achei um descaso, que ela fez pouco caso”, relatou Ya Ivone Maria.
Fonte: G1