Zé de Zuza, o Fogo Simbólico do 2 de Julho e a pendenga com Trem de Ferro

Zé de Zuza com o Fogo Simbólico - Foto: Reprodução | Redes Sociais

Por Alzira Costa
Há quase seis décadas, o cachoeirano e atleta veterano conhecido como Zé de Zuza cumpre, com orgulho, o ritual de dar a largada da Corrida do Fogo Simbólico, um dos atos cívicos em homenagem a Independência da Bahia. 

O posto de honra do cachoeirano Zé de Zuza, ao longo desses anos vem sendo cobiçado por atletas da capital e de outras cidades do Recôncavo. Longe dos olhares do público, nos bastidores da largada, rola uma certa rusga, na surdina, para ver quem pega a tocha primeiro. Em defesa do seu posto Zé de Zuza confessa emocionado, que "corre com amor ao espírito libertador do povo de Cachoeira".

Nessa pendenga cívica, ele tem levado vantagem de ser o primeiro a carregar o Fogo Simbólico, vencendo as artimanhas de um certo atleta Trem de Ferro, natural de São Francisco do Conde, que há anos, tenta lhe passar a perna no momento mais importante da corrida. "Nós fomos os pioneiros nas lutas pela independência, esse feito é dos cachoeiranos", afirma cheio de orgulho, o veterano Zé de Zuza.

Sobre a aspiração do atleta de Salvador, o Trem de Ferro, Zé de Zuza argumenta: " As lutas pela Independência começaram nesse chão! O direito dar a largada com o Fogo Simbólico é dos cachoeiranos." "Ele (Trem de Ferro) que entre em Pirajá carregando a tocha", arremata com firmeza.

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Em mãos de atletas que se revezam até o destino final, a tocha é levada até o Panteão da Independência da Bahia erguido em homenagem ao General Labatut, no bairro de Pirajá, aonde ocorreu o último embate das tropas baianas contra os portugueses, em 2 de julho de 1822, consolidando a soberania nacional.

A largada começa no dia 30 de julho em Cachoeira, Cidade Heróica e Monumento Nacional, por ter sido a localidade que se rebelou contra os portugueses em 25 de junho de 1822, um ano antes da vitória do 2 de Julho na Capital. A corrida do Fogo SImbólico refaz os caminhos percorridos pelos homens do Exército Libertador no Recôncavo até Pirajá. Em Pirajá, o Fogo Simbólico chega no dia 1 de julho na parte da tarde, quando é acesa outra pira para a celebração do 2 de Julho no Campo Grande.

Em Cachoeira, o Fogo Simbólico, recebe as bênçãos na Igreja Matriz, a mesma onde é celebrado o Te Deum desde a Independência da então Vila de Nossa Senhora do Porto de Cachoeira. Após a cerimônia religiosa, tem início a corrida que segue para Saubara, Santo Amaro, São Francisco do Conde, Candeias, Simões Filho e Pirajá, em Salvador. 

Viva a Zé de Zuza!

Viva Cachoeira!

Viva o 2 de Julho!

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