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O caso viralizou nas redes sociais e uma multidão depredou um templo hindu em resposta.
Na quinta-feira (5), forças de segurança do país precisaram ser chamadas para conter muçulmanos que atearam fogo contra o templo que a família da criança frequentaria. Segundo o jornal britânico The Guardian, trata-se da pessoa mais jovem a ser acusada de blasfêmia no país asiático.
A punição para o crime, amplamente criticada pela comunidade internacional, pode chegar à prisão perpétua ou à morte. Mesmo nos casos em que os acusados conseguem libertar-se, é comum que sofram perseguições da comunidade.
Em uma rede social, o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, declarou que condena o ataque ao templo, que garantirá punições contra possíveis negligências da polícia e que o Estado vai restaurar o espaço destruído.
A Anistia Internacional condenou a prisão do menino.
Em declaração divulgada nesta segunda (9), Rimmel Mohydin, representante da organização no sul da Ásia, disse que “a lei de blasfêmia no Paquistão vem há muito tempo sendo usada para atingir grupos minoritários, mas esse caso marca um ponto chocante e extremo.”
No Paquistão, a violência contra minorias religiosas, no caso os hindus, é comum. Nos últimos anos, foram registrados vários ataques contra locais de culto. A blasfêmia é tratada de maneira rígida no país, onde até mesmo acusações não comprovadas de ofensa ao Islã podem levar a assassinatos e linchamentos.
Fonte: G1 e Folha de S. Paulo