Foto: Reprodução | TV Subaé |
O médico Antônio Marcos Rego Costa, suspeito de matar a ex-companheira e abandonar o corpo às margens da BR-116, em Feira de Santana, a 100 km de Salvador, foi preso nesta sexta-feira (3), após se apresentar à polícia, no Complexo de Delegacias do Sobradinho.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o médico teve o mandado de prisão preventiva cumprido. A solicitação havia sido feita ao Poder Judiciário no início da semana e foi deferida durante o interrogatório dele.
O suspeito será encaminhado ao sistema prisional, onde ficará à disposição do Poder Judiciário.
Ele se apresentou na companhia do advogado e não quis conversar com a imprensa. A defesa informou que Antônio Marcos não nega, nem confessa participação no crime.
De acordo com a polícia, o suspeito viajou para o estado do Acre, onde nasceu, logo após o desparecimento da vítima. Ele teria se disponibilizado para prestar depoimento, mas não há detalhes se a oitiva foi feita.
Durante a semana, a perícia apontou marcas de sangue no veículo do médico. Ainda segundo a defesa do suspeito, as marcas foram provocadas por uma luta corporal que teria acontecido entre ele e Gabriela.
“Logo que fomos ao último local onde ela foi vista, colhemos depoimentos importantes. Eles foram vistos em um bar do outro lado da cidade. Em seguida, apuramos que o veículo do homem passou em um sentido da BR-116, de madrugada, e voltou alguns minutos depois”, disse a delegada Klaudine Passos, lembrando que foi na rodovia que o corpo de Gabriela foi encontrado.
A vítima, Gabriela Jardim, foi casada com o médico durante quatro anos e, de acordo com a polícia, testemunhas disseram que os dois viviam um relacionamento com animosidades. Segundo a delegada responsável pela investigações, Klaudine Passos, houve relatos de agressões.
“Já ouvimos a secretária de Gabriela, que disse que o casal tinha uma relação conturbada, com algumas agressões que nós não conseguimos constatar em nível de ocorrência, porque são inexistentes”, disse a delegada.
Câmeras de segurança de um posto de combustível registraram os últimos momentos de Gabriela com vida. Pelas imagens, é possível ver o carro de Antônio Marcos chegando ao local, por volta das 18h do dia 22 de agosto, mesmo dia em que a mulher foi dada como desaparecida.
Minutos depois, o automóvel de Gabriela se aproxima da bomba de combustível ao lado. Antônio Marcos desce do veículo, vai ao encontro da mulher e dá algumas orientações. Em seguida, ela estaciona o próprio carro e entra no do ex. Dentro do veículo, os dois aparentam ter tido uma discussão.
Imagem mostra Gabriela entrando no carro do ex-companheiro, suspeito do crime, no dia em que foi dada como desaparecida.
Gabriela foi encontrada morta em estado avançado de decomposição no dia 28 de agosto, às margens da BR-116, em Feira de Santana, após seis dias de desaparecimento e a polícia receber denúncias anônimas. Ela foi achada sem as roupas, da cintura para cima.
Na última segunda-feira (30), a delegada que está à frente do caso, Klaudine Passos, disse que testemunhas relataram ter visto a vítima chorando no posto de combustível. O carro da mulher foi encontrado abandonado no local, com todos os pertences dela.
Segundo a delegada, eles saíram do posto e foram até um estabelecimento na Avenida Fraga Maia. Posteriormente, o carro do suspeito foi visto na BR-116, por volta das 2h.
A Polícia Civil pediu a prisão preventiva do ex-companheiro, mas ainda não há detalhes se o pedido foi aceito. Gabriela deixou uma filha, mas não há informações se o suspeito é pai da criança.
“As provas indiciárias não trazem outra pessoa que teria praticado o fato. Até agora, todas as provas corroboram que o autor é o suspeito. Estamos aqui numa linha de ciúmes”, detalha a delegada.
O carro dele foi apreendido em um condomínio e segundo a perícia, apresentava vestígios de sangue, mesmo tendo sido lavado. Entretanto, a polícia ainda não tem a informação se o sangue é de Gabriela, e disse que o carro foi usado em um contexto de crime.
A principal linha de investigação é que o crime tenha sido praticado por ciúmes. O advogado do médico, Guga Leal, negou a participação do cliente no crime.
Fonte: G1