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Um relatório, chancelado por entidades como Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Instituto Clima e Sociedade (ICS), International Energy Intiative (IEI), Mitsidi Projetos, Projeto Hospitais Saudáveis e Fórum de Energias Renováveis, diz que a iniciativa levaria à redução de até 5% do consumo de eletricidade no início da noite.
A medida, de acordo com as entidades, provocaria a redução do acionamento das usinas termelétricas, mais caras que as hidrelétricas e eólias e que têm provocado os sucessivos aumentos nas contas de luz.
O documento pede ainda a realização de leilões de eficiência energética. Isto é, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propõem uma redução no consumo de energia elétrica em alguma praça, e as empresas disputam para oferecer o menos custo para efetivar essa redução de demanda.
As entidades pedem ainda a realização de planos municipais de energia e que o tema seja incluído nos códigos de posturas e de obras de cada prefeitura, além da inclusão da eficiência energética nos próximos leilões de capacidade, promovidos pelo governo federal. Há um previsto para 21 de dezembro deste ano.
O setor acredita que medidas como essas aumentarão a resiliência do sistema elétrico, que suportaria melhor crises em outras matrizes.
O segmento entende que o retorno do horário de verão é uma medida emergencial para enfrentar o atual momento de baixa dos reservatórios das usinas hidrelétricas. O documento diz que, por mais que apesar do Brasil já ter enfrentado esse problema outras vezes, não foi implementada nenhuma medida nova e mais eficiente para evitar a crise energética atual.
“Mesmo depois de enfrentarmos outras duas situações semelhantes, em 2001 e 2014, continuamos reagindo com as mesmas medidas que se mostram tanto inefetivas quanto altamente onerosas para o bolso do consumidor. Ao longo desses 20 anos, pouco ou nada avançamos em ações estruturais, notadamente, a eficiência energética”, diz um trecho do estudo.
Um objetivo secundário da proposta, citado no documento, é evitar sobrecargas no sistema elétrico interligado, já que, com o atraso de uma hora do início da iluminação noturna, ocorre a dispersão dos picos de demanda.
Contudo, o segmento pontua que, apesar da mudança trazer impactos cada vez menores nos últimos anos, ela mitigaria as dificuldades enfrentadas no cenário atual.
“A grande questão é que, hoje, o Brasil está vivenciando uma crise hídrica. Se há alguns anos uma economia de 2% a 3% no consumo poderia ser tímida e pouco representativa, hoje ela pode fazer a diferença, aliviando um pouco a demanda em um de seus horários de pico”, diz outro trecho.
No início de setembro, empresários do setor de turismo e alimentação, como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) e a União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços (Unecs) enviaram ofício ao presidente Jair Bolsonaro com o mesmo pedido.