‘Fui chamada de p… na frente de casa’, diz Ana Patrícia sobre agressões após eleição da OAB

Imagem: Reprodução 
Além da frustração com a derrota nas eleições para presidência da OAB-Bahia, a atual vice-presidente da organização, Ana Patricia Dantas Leão, teve que lidar com agressões machistas e misóginas no seu comitê e até no prédio onde mora, no Caminho das Árvores.

É que, na manhã desta quinta-feira (25), um carro de som foi até a residência de Ana com ofensas e palavras de baixo calão dirigidas a ela, como a própria conta. “Às 8h, o porteiro me ligou falando de um buquê de flores e que o entregador pediu pra eu ir até a janela. Quando fui ver, tinha um carro de som tocando os dizeres ‘vá trabalhar, sua p…, vagabunda e traidora’, que ficavam se repetindo.

Fui chamada de puta na frente de casa”, conta Ana, relatando também que, no buquê, estava a frase “nunca será!”. Ainda de acordo com ela, as ofensas e o desrespeito não começaram hoje. Na quarta (24), em frente ao seu comitê, ela foi alvo de agressões vindas de um colega de profissão. “Depois que já se sabia que o resultado era irreversível, Luiz Coutinho, que foi eleito para conselheiro federal titular, saiu com o carro dando voltas no comitê e gritando ‘Ana Patrícia, sente na minha’.

Eu não estava lá, mas quem estava viu”, conta ela, afirmando que Coutinho estava acompanhado de outros carros. Presidente eleita da OAB-Bahia, Daniela Borges afirmou que as agressões contra a concorrente são injustificáveis. “As campanhas devem ser feitas sem jamais extrapolar a civilidade. Nada justifica as ofensas que a colega sofreu. Isso não deveria acontecer nunca”, fala. 

Daniela destacou ainda que a disputa entre as chapas são encerradas com o fim das eleições e que a classe deve se unir em busca do que fundamental para todos. “Agora temos apenas um lado: o da advocacia baiana, pela qual vamos lutar de forma incessante no próximo triênio”, acrescentou. De acordo com a assessoria de Ana Patrícia, o carro que foi até a residência dela é muito semelhante a um que estava no Centro de Convenções com adesivos da chapa vencedora durante a eleição No entanto, ainda não se pode afirmar quem foi responsável por esse ato. 

Para garantir que a ação não passe impune, a vice-presidente afirmou que vai até a delegacia com as provas que tem para prestar queixa. “Estou chegando na delegacia agora. O evento de ontem no comitê e hoje na porta da minha casa me impulsionaram para continuar na luta em busca de uma reparação não pessoal, mas da punição do responsável ou dos responsáveis”, afirma ela, que quer identificar e processar os agressores. 

A advogada afirma que não se abalou com as ofensas que, segundo ela, aconteceram durante toda campanha, mas ficou atônita com a “sensação de impunidade” que seus agressores mostraram. “Isso foi uma violência desmedida, comemoraram o tempo inteiro enviando agressões. Atos misóginos e covardes. Não me causou surpresa, mas fiquei perplexa em como as pessoas se sentem tão à vontade para ofender uma pessoa”, conclui.
Fonte: Correio 
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