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Seu princípio básico de funcionamento é tremendamente simples: estimular corpo a identificar e combater um agente estranho ao organismo. Baseados nesse conceito, há décadas de pesquisa na área do câncer perguntam-se qual seria o efeito do recurso contra a doença, uma vez que os tumores são conglomerados anormais de células crescendo entre os tecidos, configurando-se, portanto, em algo alheio à natureza dos órgãos.
Não tem sido fácil achar a resposta, mas o anúncio feito há duas semanas pela Cleveland Clinic, dos Estados Unidos, mostra que os estudiosos raciocinam no caminho certo. Considerado um dos melhores do mundo, o centro americano de tratamento e pesquisa em saúde informou o início de um estudo clínico para testar a eficácia e segurança de uma vacina na prevenção e tratamento do tipo mais agressivo de câncer de mama.
Se der certo, será o primeiro imunizante capaz de evitar diretamente o surgimento de um tumor. Atualmente, há opções de proteção indireta, como as vacinas de HPV e da hepatite B. A primeira atua sobre alguns tipos do Papilomavírus humano responsáveis por tumores, como o que causa câncer de colo de útero. Uma segunda protegida de vírus da hepatite B, doença que promove inflamação crônica do fígado, tornando as células do órgão vulneráveis à proliferação descontrolada (característica do câncer).
Desenvolvido em conjunto com a empresa Anixa Biociências, o imunizante será testado contra o tumor de mama triplo negativo. Embora incida sobre no máximo 15% das mulheres com a doença, o triplo negativo é seu gênero mais desafiador. As células doentes não possuem receptores para os hormônios estrógeno e progesterona e não requer a proteína HER2 (daí o nome triplo negativo).
Dessa forma, elas não impulsionam à terapia hormonal e o remédio personalizado para atuar sobre a HER2 não tem utilidade no seu caso. Se diagnosticado tardiamente, o prognóstico é ruim. “Mas temos esperança de que nosso trabalho seja o início de pesquisas mais avançadas provando a efetividade da vacina para deter o tumor de mama contra o qual temos menos recursos disponíveis”, afirmou o hematologista Thomas Budd, do Taussig Cancer Institute,nbsp;
Fonte: Veja