Foto: Paola Alfamar |
O projeto surgiu do desejo de registrar e reatar a herança afro musical brasileira com o continente africano, aproximando os toques e cantos praticados aqui no Brasil com os toques e cantos dos Orixás, Nkises e Voduns em suas terras de origem. Também será lançado um Museu Virtual, com o nome homônimo ao projeto e que conta o percurso da pesquisa. O projeto tem patrocínio de Natura Musical e do Governo do Estado, através do Fazcultura, Secretaria de Cultura e Secretaria da Fazenda.
Sobre Afrocanto das Nações - Jêje
O álbum "Afrocanto das Nações - Jêje" é o resultado da primeira etapa do projeto "Nações do Candomblé", nele, Mateus Aleluia mergulha nos cantos aos Voduns em suas terras de origem e aqui na Bahia. Após o período de pesquisa e registro Mateus Aleluia estabeleceu com esses cantos um diálogo sensível traduzido em canções inéditas. O álbum é composto dos cantos e das canções e será acompanhado de um Museu Virtual que apresenta através de fotografias, vídeos e textos, o material de pesquisa e todo o processo de composição da obra.
O projeto será disponibilizado na internet em site específico e nas plataformas digitais. O Afrocanto das Nações é uma obra de formato inédito que afirma com ênfase a fronteira entre a arte e a etnomusicologia, onde situa-se a obra de Mateus Aleluia desde a época dos Tincoãs. Cruzando as diversas linguagens artísticas: música, fotografia, audiovisual, com procedimentos etnográficos a obracontribui de forma significativa para o entendimento dos contornos identitários do povo brasileiro a partir das culturas advindas da diáspora africana.
Sobre Mateus Aleluia
Brasileiro natural de Cachoeira, na Bahia. Cantor, compositor e pesquisador da musicalidade afrobrasileira, Mateus Aleluia se destaca no cenário da World Music como uma das vozes mais marcantes da última década. Premiado pelos seus últimos trabalhos lançados, em 2018 ele teve o seu álbum "Fogueira Doce" destacado como um dos melhores álbuns do ano. Em 2020 ele comemorou 50 anos de carreira musical que se iniciou no trio vocal "Os Tincoãs". O trio é considerado pioneiro em trazer à Música Popular Brasileira, de forma consistente, o universo poético do candomblé e da umbanda. Com sofisticados arranjos vocais a obra dos Tincoãs é considerada ainda hoje um capítulo singular na história da música brasileira. Tendo aliado a sua carreira de músico à pesquisa cultural foi que Mateus Aleluia desenvolveu a peculiaridade da sua expressão artística. Em Angola, onde viveu por 20 anos, ele seguiu desenvolvendo, através do Ministério da Cultura daquele país o trabalho de pesquisador cultural, tendo desta forma conhecido e aprofundado os seus estudos em diversas províncias. Tornado comendador em 2019 pela Bahia, seu estado natal, ele é considerado uma das personalidades culturais mais importantes do Brasil atual. Em 2020 foi objeto do filme documentário "Aleluia, o canto infinito do Tincoã".