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O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, voltou a alertar nesta sexta-feira (11) para o "risco real de um novo conflito armado" na Europa, durante uma visita a uma base militar da Aliança, situada na Romênia.
"O número de soldados russos aumenta, enquanto os prazos de advertência diminuem", avisou Stoltenberg na base de Mihail Kogalniceanu, no sudeste da Romênia, perto do mar Negro. Os ocidentais levam semanas acusando Moscou de preparar uma agressão militar contra a Ucrânia.
Mil militares americanos enviados por Washington como reforço devem chegar à Romênia esta semana para consolidar o flanco oriental da Aliança.
Outros cenários distintos a uma invasão da Ucrânia também são contemplados, acrescentou, como "tentativas de derrubar o governo de Kiev ou ciberataques híbridos".
"Ao mesmo tempo, não há nenhuma certeza, então continuamos pedindo à Rússia uma desescalada e que participe de um diálogo político com a Otan", acrescentou o chefe da Aliança durante coletiva de imprensa junto ao presidente romeno Klaus Iohannis.
O responsável disse que a Otan está "preocupada" com essa "concentração de tropas, acompanhada de uma retórica ameaçadora por parte da Rússia" e destacou a "unidade" dos aliados e sua determinação para reagir.
"É por isso que a presença de tropas da Otan na Romênia é tão importante", destacou Stoltenberg.
"Enfrentamos a crise mais grave desde a queda da Cortina de Ferro", lançou por sua vez Iohannis, denunciando "a estratégia de intimidação da Rússia".
Dezenas de tanques americanos de transporte de tropas, que antes estavam estacionados na Alemanha, chegaram à Romênia nas últimas 36 horas, rumo à base de Mihail Kogalniceanu.
No entanto, o embaixador russo em Bucarest, Valery Kuzumin, disse nesta quarta-feira que a única coisa que essas mobilizações militares fazem é "reacender o fogo" e "contribuir para uma escalada das tensões". Um dia depois, o ministério romeno das Relações Exteriores o convocou.
Romênia, membro da Aliança Atlântica desde 2004, abriga 900 soldados americanos, 140 italianos e 250 poloneses.
As autoridades ucranianas minimizaram nesta sexta-feira as declarações do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pedindo aos seus concidadãos que deixem este país devido ao risco de uma invasão russa.
"Não há nada de novo nesta declaração", disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.
Dias atrás, o governo ucraniano já considerava exagerada a decisão de Washington de evacuar seu pessoal diplomático.
"Conhecemos a posição dos Estados Unidos, que já fez esse tipo de declaração antes", disse Kuleba a repórteres.
"Eles já começaram a evacuar parte de seus funcionários da embaixada e familiares. Esta declaração não mostra nenhuma mudança radical na situação", acrescentou.
Na quinta-feira, o presidente Joe Biden pediu aos cidadãos dos EUA que "saiam agora" devido à suposta ameaça representada pelas forças russas.
Fonte: Folha Express
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