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Minutos depois do anúncio, era possível ouvir da capital ucraniana, Kiev, uma série de sons distantes, similares a disparos de artilharia, informou a Reuters. Também há relatos de sons de disparos perto do principal aeroporto de Boryspil, o principal da capital.
— Tomei a decisão por uma operação miitar — anunciou Putin em um inesperado mensagem pela televisão, denunciando um suposto genocício orquestrado por Ucrânia no Leste do país.
O ataque começou enquanto o Conselho de Segurança da ONU se reunia pela segunda vez nesta semana, com apelos dos países-membros para que Moscou não lançasse a ação. Na Casa Branca, o presidente dos EUA, Joe Biden, classificou o ataque russo de "injustificado".
O anúncio foi feito um dia após Moscou declarar que as autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Luhansk haviam pedido ajuda para repelir "agressões" de Kiev, em meio a crescentes alertas dos EUA de que um grande ataque era iminente.
O presidente russo, que justificou a ação citando o pedido de ajuda dos separatistas e o que chamou de política agressiva da Otan contra Moscou, pediu aos militares ucranianos que "deponham as armas".
Puin também advertiu que aqueles que "tentarem interfir conosco (...) devem saber que a resposta da Rússia será imediata e conduzirá a consequências que jamais conheceram".
— Estou seguro de que os soldados e oficiais russos cumpriram seu dever com coragem. A segurança do país está garantida — afirmou.
Também ocorreu depois de Moscou vetar voos sobre parte da região de Rostov, a Leste de sua fronteira com a Ucrânia, que, por sua vez, anunciou o "perigo potencial" para a aviação civil ao restringir o tráfego em seu espaço aéreo.
Na quarta-feira o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, havia feito um pronunciamento dramático de nove minutos na TV. Falando a maior parte do tempo em russo — e se dirigindo à população russa —, pediu que a Rússia não invadisse o país.
— O povo ucraniano quer a paz — disse, citando a história comum das duas nações. — O governo ucraniano quer a paz e está fazendo tudo para construí-la.
Horas antes, o Parlamento ucraniano havia aprovado um estado de emergência após o governo adotar uma série de medidas de preparação para uma guerra, desde convocar reservistas a pedir para seus cidadãos deixarem a Rússia imediatamente.
Fonte: O Globo