Empresário Léo Troesch | Foto: Arquivo Pessoal |
Em entrevista ao Blog do Valente O delegado Rafael Magalhães disse que, ao depor, Shirley afirmou que o marido havia se suicidado. Segundo a esposa de Leandro, ele estava sozinho no quarto, enquanto ela tomava banho, quando atirou contra si. No entanto, a polícia também trabalha com a hipótese de assassinato.
De acordo com o delegado Rafael Magalhães, comportamentos de Leandro e Shirley horas antes da morte fazem com que a polícia não descarte a possibilidade de assassinato.
Segundo detalhou, o casal discutiu horas antes do corpo do empresário ser encontrado e ele fez uma ligação para o advogado poucos minutos antes. Outro comportamento de Shirley chamou atenção da polícia: ao ser procurada para depor novamente, ela não foi encontrada na pousada, onde deveria cumprir a prisão domiciliar. Dessa forma, a mulher é considerada foragida por ter descumprido a medida cautelar.
Testemunha assassinada
Em meio à investigação, um homem, funcionário de Leandro, foi assassinado no dia 6 de março. Ele era uma das testemunhas que a polícia pretendia ouvir novamente. Segundo o delegado Rafael Magalhães, a vítima, identificada apenas como Marcel, era amigo e “braço direito” do empresário.
“Ele era considerado uma testemunha chave da morte do Leandro, pela proximidade que tinha com a vítima. Eu ouvi ele por duas horas, mas queria ouvir mais, porque sou bastante detalhista”, explicou o delegado.
Dois dias depois do crime, dois homens foram identificados como suspeitos de ter matado Marcel. Segundo a Polícia Civil, um traficante e um usurário de drogas participaram da execução da vítima.
A polícia investiga ainda se Bily, apelido de Marcel, teria relação com o tráfico de drogas e teria sido executado por este motivo. A outra linha de investigação é de queima de arquivo.
Amizade com ex-detenta
Outra personagem dessa história Maqueila Santos Bastos, uma ex-detenta condenada por estelionato que virou amiga de Shirley durante o período em que elas estiveram na prisão. Após as duas deixarem a penitenciária, a mulher de Leandro hospedou Maqueila na pousada dos dois, o que não agradou o empresário.
O delegado Rafael Magalhães, titular da delegacia de Jaguaribe, afirmou que Leandro não queria a ex-detenta na pousada e chegou a mandá-la embora. “Ela é perigossísima. Era uma das lideranças do Presídio Feminino de Salvador. Maqueila tem mais de 30 inquéritos e 10 processos”, contou.
No entanto, a polícia ainda não sabe se ela teria envolvimento com a morte de Leandro. “Eu vou investigar pra saber se ela tem envolvimento até porque ela não se dava bem com Leo, mas eu continuo com as investigações”, disse o delegado.
Maqueila responde oito inquéritos por estelionato e trabalhou na pousada, mas havia sido dispensada antes da morte do empresário.
Cofre
O delegado ainda informou que três pessoas mexeram na cena do crime ao tirarem objetos como joias e dinheiro do cofre da pousada. A suspeita da polícia é que Shirley tenha ordenado a violação da cena do crime.
As três pessoas, segundo Magalhães, já foram identificadas e serão convocadas a depor. “Eles utilizaram luvas, então foram orientados por alguém”, destacou o delegado em entrevista à TV Bahia nesta quinta-feira (10).
A polícia descobriu que o cofre havia sido mexido após ir ao local para realizar nova perícia. O delegado afirmou que a ação configura como alteração da cena do crime, o que pode levar as três pessoas a serem indiciadas.
Crime em 2001
A história do casal com a polícia, no entanto, começa em 2001, quando os dois foram condenados por roubo e extorsão de uma mulher em Salvador. No entanto, eles só foram presos no ano passado. Mas não ficaram muito tempo na prisão. Shirley foi solta primeiro para cumprir prisão domiciliar e dois meses depois Leandro conseguiu o mesmo direito.
Fonte: Blog do Valente