Imagem: Divulgação / Prefeitura de Irecê |
Especialistas na área da saúde, no entanto, alertam que decisões sobre os rumos da folia junina precisam levar em conta o número de vacinados e o cenário da pandemia nas diversas regiões do estado.
Diante de tantas dúvidas, fica a pergunta: afinal, o que é preciso para que o São João aconteça em 2022?
Para responder esta pergunta, a edição número 51 do podcast Eu Te Explico conversou com o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, e com o presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Zé Cocá. Participa da discussão também o prefeito da cidade de Conceição da Feira, João de Furão, que anunciou festejos juninos no município desde novembro do ano passado.
Para o presidente do Conselho Estadual de Saúde, Marcos Sampaio, é animador saber que o número de casos da covid-19 está em queda e que a vacina tem surtido efeito na sociedade. Porém, é preciso tomar cuidado com a sensação de que a pandemia acabou.
“O indicador que deve ser utilizado para dizer se teremos festa junina, ou qual será o tamanho da flexibilização, é o indicador da vacina. Precisamos que haja o convencimento para que a população se vacine. É necessário, inclusive, fechar o cerco aos não vacinados”, comentou.
De acordo com o presidente da UPB, Zé Cocá, a decisão sobre a realização do São João precisa ser tomada até o início de abril. Caso contrário, as prefeituras terão dificuldades para organizar as festas. Sua expectativa é de que, com o avanço da terceira dose da vacina, seja possível retomar o fluxo de eventos nesse período.
Cocá avalia como “avassalador” os efeitos da pandemia nas cidades que deixaram de realizar as festas nos últimos dois anos.
Ele cita o caso de municípios que “vivem para o São João e se preparam o ano todo para o evento”. Sem a festa, a força econômica de muitas cidades deixou de ser fortalecida.
“O choque é muito grande e ainda não temos a noção do impacto financeiro e social que isso causou”, lamentou.
Em Conceição da Feira, cidade a cerca de 130 quilômetros de Salvador, desde o ano passado há expectativa em torno da festa. A prefeitura anunciou que investiria nos festejos e, agora, a esperança está aquecida com os índices em queda dos casos ativos e internações por conta da Covid-19.
De acordo com o prefeito da cidade, João de Furão, realizar o evento será possível se o governo do Estado emitir o sinal verde até abril. Ele garante que o evento, caso seja liberado, será organizado em conformidade com todas as normas de segurança.
“Temos a expectativa de que a ciência vença a pandemia. Faremos se as condições sanitárias forem suficientes para colocarmos as pessoas nas ruas em um evento tão grandioso”, completou.
O prefeito contou ao podcast Eu Te Explico que grandes atrações, como a banda Calcinha Preta, são esperadas na programação. Seu objetivo é estar com tudo pronto, caso haja a liberação por parte do governo e dos órgãos ligados ao setor da saúde: “Precisamos estar preparados”, disse.
A equipe do podcast Eu Te Explico procurou o Governo do Estado para falar sobre o tema.
Por meio de nota oficial, a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) informou que os indicadores da Covid-19 são avaliados constantemente para que novas flexibilizações aconteçam na Bahia.
São levados em conta diversos fatores, como cobertura vacinal, casos ativos e taxa de ocupação de leitos. A Sesab informou que ainda não é possível fazer qualquer afirmação sobre a liberação de eventos com um público maior do que aponta o decreto vigente, que libera três mil pessoas.
Fonte: G1