Foto: Arisson Marinho/CORREIO |
Os dados são apontados pela Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do IBGE, feita em 2019. O material é o mais recente, visto que, em 2020 e 2021, as aulas foram comprometidas devido à pandemia de covid-19.
Nesta quinta-feira, 7 de abril, foi o Dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi escolhida por conta do massacre que aconteceu no mesmo dia de 2011, quando 12 crianças de 13 a 15 anos foram mortas na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, por um ex-aluno que tinha sido vítima de bullying.
Em fevereiro deste ano, viralizou um vídeo em que um adolescente de 15 anos é agredido com murros e chutes por sete garotos em um ônibus escolar, em Camaçari, Região Metropolitana de Salvador. O ato teria sido motivado por homofobia. Segundo a mãe da vítima, só após o episódio ela descobriu que o filho sofria bullying no colégio.
A psicóloga Niliane Brito destaca que o bullying não é algo novo, apenas vem ganhando espaço para ser debatido. “A diferença é que agora ele é considerado como uma violência, é levado a sério, saindo do quadrado de brincadeira, piada e apelido”, diz. A psicopedagoga Daniela Oliveira ressalta que o bullying pode levar à consequências psicológicas graves.
“Pode ser baixa autoestima, ansiedade, mania de perseguição ou até distúrbios de comportamento, depressão e suicídio. Por isso, quanto mais cedo a situação, chamada de brincadeira, for cortada, melhor”, diz.
Em Salvador, o dia de ontem foi marcado por atividades nas escolas voltadas ao tema. No Colégio Villa Global Education, houve uma passeata antibullying nos corredores no turno da manhã.
Mais de 100 alunos do 4º passaram pelas salas de aulas com cartazes sobre o tema para sensibilizar os colegas. O projeto faz parte do programa pedagógico da escola e as atividades ocorrem durante todo o trimestre. As tarefas são sempre relacionadas ao conteúdo de cada disciplina. Elas são avaliativas e nada é extra-curricular.
“Nas aulas de matemática eles serão desafiados a produzir gráficos com os índices coletados em pesquisas e nas aulas de português e redação serão motivados a escrever um artigo opinativo sobre o tema”, explica Daniela Oliveira, psicopedagoga e orientadora educacional da instituição. A aluna Beatriz Regina Oliveira participou da atividade e aprovou o resultado. “Esse trabalho de prevenção ao bullying me ensinou a me colocar no lugar do outro, valorizar a vida e as diferenças”, disse.
Fonte: Correio