Foto: Raphael Müller | Ag. A TARDE |
Na Bahia, a cobertura cai a cada ano e apenas 58% do público elegível foi imunizado em 2021.
A poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa aguda causada pelo poliovírus selvagem que afeta principalmente crianças de até 5 anos. A vacina é oferecida nos postos de saúde durante todo o ano.
A doença pode apresentar sintomas leves como os de um resfriado a problemas no sistema nervoso que podem provocar encurtamento dos membros, paralisia irreversível e morte.
A preocupação dos especialistas é que com a cobertura vacinal muito abaixo dos 95% esperados. Segundo a Fiocruz, há falhas na vigilância do fluxo do vírus no país que podem dificultar a rápida descoberta de um caso da doença, o que por sua vez, impediria uma resposta ágil.
Segundo Adriana Dourado de Carvalho, sanitarista da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saudade da Bahia (Sesab), em 2019, a cobertura vacinal no estado era de 74%, em 2020 caiu para 69% e em 2021, para 58%.
Na análise de Adriana muitos fatores contribuíram para esse momento, entre eles, a falta de análise e a subnotificação dos casos suspeitos.
“O monitoramento em relação às amostras laboratoriais dos casos suspeitos também precisa ser feito. A gente precisa garantir a coleta de amostra de fezes dos casos suspeitos no prazo oportuno, mas às vezes se extrapola e acabamos tendo dificuldade para o diagnóstico. É uma fragilidade do sistema de vigilância”.
De acordo com Silvanete Brandão, presidente da Associação Baiana de Deficientes Físicos (Abadef), pelo menos 70% dos 5000 assistidos pela organização ficaram deficientes devido à poliomielite. “Os familiares estão negligenciando a vacinação de seus filhos. É absurdo essa situação hoje”, afirma ela que também teve paralisia infantil.
Fonte: A Tarde