Foto: Arquivo Pessoal | Rosival Pinto |
Segundo o vice-presidente da Associação dos Produtores de Licor de Cachoeira, Roseval Pinheiro, o fechamento, na terça-feira (21), impacta principalmente a produção para o próximo São João.
Ele afirma que os fiscais estiveram na fábrica no dia 30 de junho do ano passado e, na época, pediram a mudança do banheiro, além de terem solicitado reforma no depósito de açúcar e nas áreas para trabalhar com frutas. Obras que, segundo o empresário, foram feitas.
Outra exigência que ele afirma ter cumprido foi a contratação de um químico.
Roseval Pinheiro informou que ele fez um ofício com um pedido de 60 dias para poder terminar o processo de adequação.
Além do tradicional licor de "Roque Pinto", também foi suspenso o trabalho na fábrica do "Arraiá do Quiabo". Estes são os mais tradicionais fabricos de licor em Cachoeira. Os dois estabelecimentos foram fechados porque a PF constatou irregularidades junto ao Ministério da Agricultura. São elas:
- Mudanças no espaço físico dos estabelecimentos;
- Ausência do contrato de um químico responsável, ou engenheiro de produção ou engenheiro químico;
- Ausência de registro junto ao Mapa de cada um dos produtos que os estabelecimentos fabricam;
- Ausência de um documento com a planta do local e uma espécie de inventário de tudo que tem no fabrico (móveis, objetos, quantidade desses objetos, local onde ficam instalados/armazenados).
O processo de fechamento aconteceu após denúncias de irregularidades na produção e comércio de bebidas alcoólicas por mistura na região.
Segundo o Mapa, os estabelecimentos foram autuados e devem atender às exigências de adequações como:
- Obter o registro junto ao Mapa;
- Adotar boas práticas de fabricação;
- Adequar a rotulagem com lista de ingredientes, frases de advertência e graduação alcoólica;
- Ter um responsável técnico habilitado pela produção, padronização e manipulação das bebidas.
Patrimonialização do licor
A equipe da Fundação Hansen Bahia (FHB) iniciou, no dia 31 de maio, os trabalhos de pesquisa de campo, com entrevistas, fotos e captação de imagens para a construção de dossiê/inventário do saber e modo de fazer do licor de Cachoeira, através de parceria com o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura da Bahia (IPAC).
A pesquisa é uma das fases para tornar a técnica artesanal e secular que envolve a produção do tradicional licor de Cachoeira, considerado patrimônio cultural imaterial do estado. Os fabricos de licor reconhecidos pela Prefeitura de Cachoeira como patrimônio do sabor municipal são objeto desta pesquisa. Ao todo são 15 fábricas.
O trabalho está sendo acompanhado por profissionais de várias áreas, a exemplo de antropólogo, historiador, educador, jornalista, museólogo, entre outros.
A patrimonialização foi solicitada pela prefeitura do município e está na fase de estudos e elaboração de dossiê. Após concluído, o material será enviado para aprovação pelo Conselho Estadual de Cultura e, em seguida, será homologado pelo governo do estado, o que possibilitará que o registro possa ser convertido em definitivo e inscrito no livro de registro especial dos saberes e modos de fazer. (g1 Bahia)
Siga-nos no Facebook e Instagram. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp