Fotos: Divulgação |
Os três presidenciáveis estão na capital baiana neste sábado, 2 de julho, data cívica que marca a expulsão dos portugueses de Salvador em 1823, marco da consolidação da Independência do Brasil.
Lula, Bolsonaro e Ciro terão agendas distintas. O presidente e o ex-presidente não participam do cortejo cívico que acontece na manhã de sábado entre o Largo da Lapinha, no bairro da Liberdade, e o Terreiro de Jesus, no Pelourinho.
Bolsonaro decidiu participar de uma motociata com apoiadores, cujo ponto de partida acabou sendo alterado para evitar possíveis conflitos entre bolsonaristas e petistas.
O ato estava previsto inicialmente para sair às 9h das imediações da Arena Fonte Nova. Mas a concentração foi mudada para o Farol da Barra após uma coincidência de data e local com o evento do ex-presidente Lula, que vai acontecer às 10h30 dentro do estádio.Um dos organizadores da motociata em Salvador, o médico e pré-candidato a deputado estadual Cezar Leite (PSC) afirma que o grupo tinha reservado o espaço da concentração há cerca um mês, mas foi surpreendido pela agenda do petista.
“A gente quis evitar qualquer tipo de conflito, vamos vencer eles nas urnas. Como nosso público é de paz, não quisemos deixar dúvida de que o que queremos é fazer uma festa cívica bonita”, afirmou.
A motociata percorrerá um trajeto de cerca de 14 km até o Parque dos Ventos, no bairro da Boca do Rio, onde haverá um trio elétrico. Carros devem se unir ao trajeto na altura do bairro de Ondina. Além do presidente, participa do ato o ex-ministro João Roma (PL), pré-candidato ao Governo da Bahia.
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), disse esperar que a legislação de trânsito seja cumprida na motociata “para evitar qualquer tipo de aplicação de multa”. Bolsonaro costuma não usar capacete em seus desfiles de moto, infração gravíssima, passível de multa e da suspensão do direito de dirigir.
O ex-presidente Lula, por sua vez, confirmou a realização de um ato dentro da Arena Fonte Nova com a militância petista, o governador Rui Costa (PT) e o pré-candidato a governador Jerônimo Rodrigues (PT). O público precisará passar por detectores de metais para entrar no estádio.
A Folha apurou que Lula foi desaconselhado de participar do cortejo do 2 de Julho por questões de segurança.
Presidente estadual do PT, Éden Valadares disse que não há nenhuma outra atividade confirmada além do ato na Fonte Nova e que a preocupação com segurança foi protocolar.
Disse ainda considerar acertada a mudança da concentração da motociata para o Farol da Barra, evitando encontro entre as militâncias petista e bolsonarista com qualquer possibilidade de conflito.
“O 2 de Julho é uma festa da liberdade e uma festa diversidade política, todo mundo pode se manifestar e não precisa haver violência. A gente está tranquilo com relação a isso”, afirmou.
A Coordenação Estadual de Segurança Pública do PT Bahia informou que policiais devem atuar de forma voluntária no reforço da segurança ao ex-presidente e que houve “necessidade de reforçar a segurança”.
Depois de dois incidentes com “penetras”, o comando da pré-campanha do ex-presidente inaugurou no último domingo (26) uma nova estrutura reforçada de segurança para eventos fechados com o petista. Na semana passada, o discurso de Lula foi interrompido pelo protesto de um bolsonarista que driblou o esquema de segurança.
O presidenciável Ciro Gomes também irá aos festejos do 2 de Julho em Salvador: Ao contrário dos demais, deve participar do ato cívico no Largo da Lapinha e percorrer parte do cortejo.
“O único que vai fazer o cortejo mesmo é Ciro, como já fez em anos anteriores”, diz o deputado federal Félix Júnior (PDT).
Ciro deve desfilar ao lado de militantes do partido e não deve acompanhar no cortejo o aliado local ACM Neto (União Brasil), pré-candidato a governador que terá o apoio do PDT. O ex-prefeito de Salvador adotou um discurso de neutralidade em relação à eleição nacional.
O pedetista chegou à Bahia na sexta-feira (1º) e visita o município de Euclides da Cunha, no sertão baiano. Bolsonaro também chegou na sexta e vai às cidades de Feira de Santana Cruz das Almas e Maragogipe.
Data cívica máxima da Bahia, o 2 de Julho celebra a expulsão das tropas portuguesas de Salvador em 1823, quase dez meses depois da Independência do Brasil.
Diferentemente da maioria dos estados, onde a Independência aconteceu sem luta armada, na Bahia ela foi precedida por batalhas entre tropas aliadas a Portugal e tropas formadas por brasileiros.
A data é celebrada todos os anos em um cortejo no qual participam bandas de fanfarra, de percussão e grupos folclóricos, com a celebração das figuras do caboclo e da cabocla, que representam o surgimento da nação e lembram a miscigenação brasileira. (Folha)
Siga-nos no Facebook e Instagram. Participe também dos nossos grupos no WhatsApp