Momentos antes de Shinzo ser assassinado |
Yamagami Tetsuya, desempregado e ex-membro das Forças de Autodefesa Marítima do país, foi preso com a arma na mão, logo após o atentado. Sem fornecer maiores detalhes, o homem disse aos policiais que estava “insatisfeito” com o ex-premiê e que queria matá-lo.
A anatomia de um atentado | Como foi o ataque que vitimou Shinzo Abe.
— Metrópoles (@Metropoles) July 8, 2022
Ex-premiê discursava quando foi atacado pelas costas. Registros de cinegrafistas e populares ajudam a entender a dinâmica do crime. pic.twitter.com/0HyhdTSRTJ
Shinzo Abe estava em Nara fazendo campanha antes da eleição de domingo (10/7) para a Câmara Alta do Parlamento, quando, às 11h30 (horário japonês), um homem se aproximou e atirou contra ele. “Esse ato de barbárie não pode ser tolerado”, afirmou o secretário-chefe do gabinete, Hirokazu Matsuno.
A emissora pública NHK, citando o Corpo de Bombeiros local, disse que Abe “não mostrava sinais vitais” após o atentado. A vítima teria sido baleada nas costas, com uma espingarda. Imagens mostram o ex-primeiro-ministro desmaiado na rua, com vários seguranças correndo em sua direção. Abe estava segurando o peito, com a camisa manchada de sangue.
Quem era Shinzo Abe
Shinzo Abe ficou conhecido como um dos mais importantes líderes japoneses do pós-guerra.
Abe assumiu o cargo de premiê durante um curto período, entre 2006 e 2007, antes de ocupar a posição de forma permanente de 2012 a 2020, pelo Partido Liberal Democrata, de centro-direita. Renunciou por causa de uma série de doenças, inclusive uma úlcera grave.
Ainda assim, foi o primeiro-ministro que se manteve por mais tempo no poder, ultrapassando o próprio avô, Nobusuke Kishi, que ocupou o cargo entre 1957 e 1960. Por uma triste coincidência, Kishi também foi vítima de uma tentativa de assassinato, mas sobreviveu. Já o pai de Shinzo Abe, Shintaro Abe, atuou como secretário-chefe do gabinete, considerada a segunda posição mais poderosa do Japão.
Mesmo após renunciar, Abe permaneceu como figura central no partido. Nacionalista ao extremo, ele tomou atitudes que irritaram potências internacionais, a exemplo da visita ao controverso Santuário Yasukuni – os EUA consideram que o local homenageia criminosos da Segunda Guerra Mundial.
Ele promulgou leis permitindo que o Japão lutasse ao lado de aliados no exterior, o que deixou a Coreia do Sul e a China com nervos à flor da pele.
Apesar disso, o ex-premiê obteve êxito ao implementar políticas externas e econômicas (conhecidas como “Abenomics”) que fortaleceram os laços com os aliados do Japão e revitalizaram as finanças do país. Para os brasileiros, uma cena deixou Abe bem conhecido. Na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos do Rio, ele apareceu vestido de Mario Bros para anunciar as Olimpíadas do Japão. (Metrópoles)
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