Foto: Hugo Barreto/Metrópoles |
A conclusão é de levantamento feito pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública entre 1º e 20 de agosto deste ano. A pesquisa entrevistou profissionais de todas as forças: polícias militares, civis, científica, guardas civis, bombeiros militares, Polícia Federal, Rodoviária Federais e Penais.
Dados preocupantes
De acordo com o estudo, 14,7% dos entrevistados “concordam” ou “concordam totalmente” com um golpe de Estado e 8,8% “concordam” ou “concordam totalmente” com um governo autoritário.
Além disso, entre 15% e 40% dos policiais que responderam podem ser considerados radicalizados ou potencialmente radicalizáveis, a depender das características da conjuntura política e institucional. São os que não discordam ou relativizam um golpe de Estado.
Para o pesquisador Renato Sérgio de Lima, presidente do Fórum Brasileiro de Segurança, os números mostram que as autoridades precisam ficar atentas e monitorar eventuais ameaças.
“É importante saber disso no contexto da aproximação de mais manifestação bolsonaristas de 7 de setembro”, afirma ele, lembrando que a preocupação em torno do golpismo policial foi ainda maior nos atos do ano passado, quando houve manifestações públicas de lideranças convocando os policiais para as mobilizações.
Lima cobra dos governos federal e estadual que façam reformas policiais que modernizem as estruturas das forças e ajudem a reduzir distorções que facilitam as revoltas.
O Fórum Brasileiro de Segurança Pública tem realizado esse tipo de pesquisa sobre a percepção política dos profissionais da área desde o motim da Polícia Militar do Ceará, em 2020, e de série de ações policiais contra manifestações críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
Informações da pesquisa
A pesquisa foi feita por meio de formulários com 45 questões temáticas e 11 perguntas sobre o perfil profissional e social da pessoa, que foram enviados para os policiais que constam no banco de dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento também foi divulgado nas redes sociais e os comandos das polícias foram contatados para divulgarem a pesquisa entre seus profissionais.
Responderam 5.058 profissionais de todo o país. De acordo com os autores do estudo, “a pesquisa não tem caráter probabilístico e não é estatisticamente representativa do universo de policiais brasileiros”, mas “permite uma visão bastante poderosa de como os profissionais da segurança pública estão dispostos a se posicionar no debate nacional”.
Dados positivos
Apesar dos números preocupantes sobre o alcance de ideias golpistas entre os profissionais de segurança, a pesquisa também mostrou que ampla maioria dos profissionais apoia a democracia.
O levantamento mostrou que oito em cada 10 policiais dizem que os vencedores proclamados pela Justiça Eleitoral nas eleições devem assumir os cargos. E para 84,5% dos policiais, a democracia é preferível a qualquer outro regime de governo. O percentual é quase dez pontos maior do que o revelado pela pesquisa feita pelo Datafolha junto a população brasileira adulta e publicada no último dia 19 de agosto de 2022. (Metrópoles)
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