Derrota da deputada Fabíola Mansur "é consequência das escolhas políticas feitas por ela", diz fonte ligada ao PSB

Foto: Reprodução | Bahia Econômica
Um interlocutor próximo a Fabíola afirmou ao Bahia Notícias, sob condição de anonimato, que há uma grande chance da deputada deixar o PSB para se filiar a uma outra legenda. A avaliação dos aliados da parlamentar é que a sigla socialista atuou fortemente pela eleição de Ângelo, a escanteando na campanha.

Segundo essa mesma fonte, antes mesmo do período eleitoral, a parlamentar já demonstrava insatisfação com o PSB e interesse na filiação ao PV, que integra a federação Brasil da Esperança.

“Essa decisão da direção nacional, de não integrar a federação com o PT, o PCdoB e o PV, prejudicou bastante nossos quadros aqui na Bahia. E Fabíola, com certeza, foi uma das prejudicadas. É possível que ela procure algum outro partido da base para se filiar. Apesar da relação dela com o PSB estar abalada, ela tem uma relação muito boa com Rui Costa e pode encontrar espaço em alguma outra legenda”, avaliou o interlocutor.

Outras fontes ligadas ao PSB consideram “injusta” a “mágoa” revelada por Fabíola nos bastidores. Para eles, o resultado negativo da parlamentar nas eleições de 2022 é consequência das escolhas políticas feitas por ela, que não teria apostado em uma parceria com a deputada federal Lídice da Mata (PSB) em Salvador.

“Ela faz política para ela. É ela, depois ela e, se sobrar algum espaço, é ela de novo. É carreira solo. Não existe nenhum trabalho de Fabíola junto ao partido. Ângelo faz trabalho de base, dialoga com o partido. Sílvio Humberto dialoga com o partido. Fabíola não tem ninguém do partido assessorando ela. Ela abandonou Lídice em Salvador. Lídice cresceu e ela caiu. Resultado das escolhas dela”, criticou a fonte socialista.

“Não dá nem para ela dizer que o PSB favoreceu Ângelo. Apesar de haver uma preferência silenciosa por Ângelo, porque ele construiu uma boa relação com o partido, a verdade é que ela foi a candidata à Assembleia que mais recebeu fundo eleitoral do partido. O PSB entregou a ela tudo que ela precisava. A mágoa dela é, sobretudo, injusta”, disse outro interlocutor.

O que diz a deputada

A deputada estadual Fabíola Mansur não garante sua permanência no PSB para os próximos anos. Derrotada em sua tentativa de reeleição para a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), a parlamentar diz que pretende continuar na sigla, mas condiciona isso a um reconhecimento do seu trabalho nos últimos anos.

“Eu pretendo seguir no partido, se o partido reconhecer o valor que a Bahia reconhece que eu tenho”, afirmou a deputada, em entrevista ao Bahia Notícias durante um evento da campanha governista da Bahia.

Fabíola considera, porém, que apesar de não ter conseguido a reeleição, não houve uma derrota política da sua parte, porque ela se considera parte de um projeto maior, que envolve as eleições do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do candidato a governador do estado Jerônimo Rodrigues (PT).

Além disso, a parlamentar vibrou com as vitórias de Lídice da Mata (PSB) para deputada federal e Ângelo Almeida (PSB) e Soane Galvão (PSB) para a AL-BA.

“Não foi uma derrota política, porque Lula está no segundo turno, Jerônimo está no segundo turno e nós elegemos Lídice e mais dois deputados [estaduais]”, avaliou Fabíola.

A parlamentar afirmou que um dos motivos para não conseguir a reeleição foi a falta de competitividade da chapa montada pelo PSB para o legislativo. Fabíola lamentou que a sigla não tenha integrado a federação “Brasil da Esperança”, hoje formada por PT, PCdoB e PV. Para ela, a decisão nacional de não integrar o grupo acabou prejudicando o partido na Bahia.

“Estava dentro de um partido que tinha uma chapa que não era competitiva. Eu perdi com 58 mil votos. Eu sou a primeira suplente dos deputados da base de Jerônimo. O que me dá felicidade é o número imenso de pessoas que, consternadas, acham impossível uma pessoa que trabalhou como eu – pela Saúde, pela Educação e pela Cultura – ficar de fora”, declarou a deputada.

Fabíola avaliou ainda que o “favoritismo” que ela tinha atrapalhou a reeleição. Segundo a deputada, o fato dela ter realizado um mandato de destaque fez com que ela se tornasse o nome a ser batido dentro do PSB.

“O favoritismo atrapalha. Porque o favoritismo político não se convertendo em favoritismo eleitoral, pelas condições partidárias, termina que eu sou a candidata a ser vencida dentro do partido”, lamentou Fabíola. (BN)

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